terça-feira, julho 13, 2010

Para Karol

Uma coisa me habituei e passei a acreditar: não lembro de ter deixado de fazer qualquer coisa que tenha querido antes de adoecer. Mas nunca havia visto uma morte ocorrer diante de mim e, confesso, nunca senti falta de participar de tal momento.

Ontem, no entanto, perdemos - nós, o mundo - a Karolyna. Menina de menos de 10 anos, a quem nunca ouvi reclamar por ter que fazer tratamento tão desgastante. Admirava a forma como ela andava, sentava e fazia uma refeição antes de ser conectada à maquina e a força com que lutava pela vida sem saber ainda o que significava VIDA.

Jamais ouvi sua voz a não ser no começo da noite de 12 de julho de 2010 quando, em meio a um momento raro de total silêncio na clínica, gritou alto e partiu sem ter tido tempo de compreender os porquês deste mundo injusto.

Hoje, meu dia está mais triste pela perda que não sei como tratar em minha mente de adulto e coração de criança.

Tchau, Karol. A gente se vê novamente qualquer dia desses em que vou poder sentir a alegria de vê-la sorrindo pela primeira vez.

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