sábado, maio 30, 2009

Velhos Amigos.

Quando tinha 16 anos ganhei um livro de uma pessoa que viria a se tornar uma espécie de mentor - mas o discípulo é muito difícil. A história da riqueza do homem, de Leo hubermann. A dedicatória era simples e objetiva, assim como o amigo continua sendo: "James, amigo velho, pra início de conversa. Binho". Essa conversa tem sido longa e tenho adorado. O livro continua guardado e, sempre que o vejo, bate a saudade de um tempo e lugar que não existem mais, nem dentro de nós. Fomos trabalhar, estraçalhamos alguns sonhos, outros tomaram rumos improváveis. Mas continuamos sabendo um do outro. Ontem, recebi a visita dele - e como é difícil conseguir um tempo na sua agenda. Isso tudo me faz lembrar Mário Quintana quando diz que amizade é um amor que dura pra sempre. Que assim seja, amigo velho! Que estejamos juntos em todos os planos ainda que distantes no plano terreno.

quinta-feira, maio 28, 2009

Diazepan

Foi preciso mais uma vez tomá-lo. O sono foi bom. não sonhei, apesar de dizerem o contrário. Já me acostumei a contrariar a todos. se concordo, é pura farsa. Nem comigo concordo, mas não discuto. Finjo ser feliz - as pessoas gostam e acham que me elogiam dizendo que sou um herói, que suporto as dificuldades de cabeça erguida e sorriso aberto. Tudo é farsa. Só me vale o que sinto calado. Quero férias de mim mesmo. Nem eu tô me suportando.

terça-feira, maio 26, 2009

Tô puto!



Melhor me deixar em paz!

Quem há de entender?


Passaram todos esses anos de minha vida tentando me convencer que é fundamental amar as pessoas, independentemente de elas gostarem das mesmas coisas que você, nem delas retribuirem o carinho e a atenção que você dá a elas. Bom. Eu tentei. Mas essa gente doida acha que só se pode amar alguém se for o amor eros. Que merda de mentalidade doentia é essa. Quer saber? Desisto. Vou viver assim na minha prisão domiciliar. Dane-se quem acha que sabe de alguma coisa que passa pela minha cabeça. Levar a sério o que digo. Tá de brincadeira?

quarta-feira, maio 20, 2009

Elisa


O que nos une? É esse negócio inexplicável chamado amor, que teima em nos fazer sonhar que é pra sempre.

terça-feira, maio 19, 2009

Finalmente...

Demorou, mas encontrei novamente o comentário de Natal!

Em minha lembrança (escrita perdida entre tantas nostalgias) era algo assim:

Parte (1995)

Parte que parte
Parte não parta
Parto da tua parte
Choro da minha parte
Parte da tua parte
Que é alma gêmea
Da minha parte.

********************
Parte (2009)

Parte que partiu
Parte de mim
Parte que pariu
Dor tão vil

Parte que vejo
Música na janela
Parte como desejo
O retorno dela

Parte que mente
De amor e céu
Sei o que sente
Sob cada véu

Parte que fecha
A vida cada ato
Esperançar na deixa
Gêmeos mesmo parto

(e assim, me redimo um pouco da falta de tato com a tecnologia)

O que pensam as estrelas

O que pensam as estrelas enquanto eu, cá embaixo, vivo?
Elas observam meu presente indeciso
Eu contemplo o seu passado preciso
Eu choro, espirro, gozo...
E elas, simplesmente, brilham

Mas o que pensam as estrelas enquanto eu, cá embaixo, sonho?
Impropérios e desaforos rondam meus planos
Igual ao vácuo abraçando aos sistemas
Tantos nós, tantos sóis...
Eu como, eu apodreço, eu vomito...
Elas, majestosamente, brilham

O que pensam as estrelas enquanto eu, cá embaixo, grito?
Sussurros estelares carregam o tempo
Eu só enxergo o que os meus olhos permitem
Fuleragem atômica, mundana
Fuligem cósmica
Eu, sistematicamente, durmo
Elas, persistentemente, brilham

O que pensam as estrelas enquanto eu, cá embaixo, sofro?
Perco os propósitos no espelho manchado
Gotas randômicas preenchem o infinito
Elas caçoam de meu destino
Enxergam meu sol com indiferença
Seis bilhões de dúvidas!
Eu padeço, tombo, desisto...
Elas, esplendorosamente, apagam!

O que pensam as estrelas enquanto eu, cá embaixo, morro?

sábado, maio 16, 2009

O homem velho (lembrando de Chico Buarque)

todo mundo já sabe que tô doente. meus rins pararam de funcionar e não tenho como fazer um transplante. enfim, envelheci 10 anos nos últimos 3. (ah, a máquina de hemodiálise terminou de detonar meu coração e tenho que fazer uma revascularização). calma, não vou ficar falando de doença. apesar de, pra citar Leminski, um homem com uma dor é muito mais elegante. daí que, caminhando até a farmácia, coisa de uns cem metros de casa, cruzei com um senhor de uns 75 anos. - por que nós velhos andamos tão devagar? adorei isso! fiquei velho. eu que sou jovem há tanto tempo que nem me lembro.

Trampolim

porque acordar sem você é ficar cego no amanhecer. Moska

Sem dizer adeus

eu chorei até ficar debaixo d'água, submerso por você. Moska

Trabalho

Meu amigo me visita dizendo que quer ser vereador em 2012. Será que ninguém mais quer trabalhar?

sexta-feira, maio 15, 2009

Pensando em você

eu estou pensando em você
pois quando penso em você
é quando não me sinto só
com minhas letras e canções
(Moska)
Quando casei, comprei um casal de cachorros. Morreram. Minha filha morreu. Meu casamento acabou. Ganhei dinheiro e gastei todo. Meu violão quebrou uma corda agora há pouco.

Porra, sou Midas às avessas!

quinta-feira, maio 14, 2009

Eu não

Será assim: uma manhã
todos acordarão. eu não
baterão à porta. eu não
chorarão. eu não
pedirão perdão. eu não
cuidarão de tudo. eu não
olharão. eu também. mas lá do alto. bem de longe.

quarta-feira, maio 13, 2009


Muita preguiça! Preciso ler "eu sou o mensageiro". Não me vi animado o suficiente. O pior, é que deve valer a pena. "A menina que roubava livros" é fantástico! Sempre que penso nesse livro, lembro de quem gosta das palavras. A menina parece ser minha amiga. Não a conheço. Só através de Markus Zusak. A Vida contada pela Morte. Quem imaginaria tal coisa. É preciso merecer. Meu psicólogo (assim mesmo, em minúsculas) não anota nada do que digo. - Você acha que sua vida é tão interessante que escreverei um livro, como acontece nos filmes? Me magoo e entendo. - Pra que você não faça confusão com as histórias. - São histórias tão diferentes; como confundir? Tá enganado. São histórias iguais: amores e dores. Me calo durante 45 minutos e ele me ganha perguntando sobre minha mãe. Eles gostam das nossas mães? Eu gostava da minha. Agora, prefiro não lembrar. Choro. Será saudade? Saudade não é vontade de ver de novo? Não quero vê-la. Quero-a. Inteira. Intacta. Saciada. Plena. Quem eu quero? Minha mãe ou ELA? Vi a foto d'ELA hoje de novo. Tenho que parar de me torturar. Excluir a foto. Não. Deu trabalho achar. ELA tá ali. 3 horas de voo. Vercillo canta. ELA une todas as coisas... sentimento fundo de água com toda a leveza do ar. E a tarde caindo. Tudo igual a ontem. As estações unidas. Comprei um novo violão. Achei que merecia um presente. Não aguento mais esses vômitos. O remédio me deixando mais fraco. Tudo confuso, complexo. Não sei mais nada novo. Estacionei no tempo. Veriana fala do sabor de açai. É lindo! "Eu partindo. Eu partindo de novo. Nos partimos. Ao meio". Ela é um gênio. Queria contar uma história que te emocionasse. Quem sabe amanhã.

Fim?

Era de manhã, parece. Ao certo só a incerteza do que aconteceria amanhã e até mesmo hoje. Não sorria - certos luxos não se consentem a todos. Tinha dor. Uma dor que não se cura com analgésicos. "Ria, via show de mulher nua". Era comum, como é comum acordar sem vontade de nada e uma nostalgia insuportável. Mastigava um pão seco. Tudo era seco. Menos os olhos. Eram cheios de expectativa. Tinha o mesmo sonho. Nunca o realizava. Tinha o mesmo gosto amargo. Nunca o adoçava. Um dia, não acordou. Veio, não viu, não venceu. Mas sentiu muito apetite.

terça-feira, maio 12, 2009

Natal disse...

Natal disse...

Quanto ao que escrevi , infelizmente perdeu-se dentro do mundo virtual. Não fiz cópia. Escrevi em cópia exclusiva no seu blog. Não tenho cópias além do que está em minha lembrança turvejada pela sobriedade. Quem sabe na próxima taça de vinho eu a resgate. Caso contrário, foi-se....abraços, James.

Digo eu....

Não foi-se! Está aqui comigo em minhas mais doces e importantes lembranças, dividindo o espaço com todas as outras coisas maravilhosas que li, vi e vivi. E a resgatarei sempre que me sentir sem uma parte de mim.

segunda-feira, maio 11, 2009

Só pra avisar

Não ando com vontade de escrever nada. No entanto, hoje, pra minha grata surpresa fui visitado por um amigo que há muito não vejo nem falo. E, como é absolutamente comum em minha vida, exclui o comentário belíssimo que ele me honrou em deixar no blog.

Natal, obrigado pela visita e, se possível, envia esse poema outra vez, camarada. Que coisa linda de se ler.

Um abraço enorme e visite-me quando sentir vontade, pois, "parte de mim que faltava, talvez eu esperasse acontecer."

E, sendo assim, "Parte, não parta!"

terça-feira, maio 05, 2009

Sempre

Sempre que possível, ela estará aqui. Marcia Tiburi. Que para mim está assim como Doralice para Dorival Caymmi: musa inspiradora. Sem pretensões de sequer beijar-lhe os pés. Mas, veja só!

Sei que, embora só, eu não estou só sob todos os aspectos. Se não vejo, há quem veja, pois tudo e cada um sempre estão perto do seu contrário.
E, no que está perto, tudo está oculto.

Eu escrevo...

Eu escrevo pedaços de mim que não são inteiramente verdades.

Quero tomar emprestadas estas palavras de Veriana Ribeiro Alves pra lembrar a mim mesmo que não sei ao certo se o que digo vem de experiências que vivi ou das que lamento não ter vivido. Ou ambas as coisas são verdadeiras e, portanto, são fragmentos de mim. O que digo aqui, mesmo que emprestado de alguém, é meu, posto que me compõe. Palavras são jogadas a quem as possa aparar. Faço dessas as minhas por ser a verdade de quem escreve.

Não. Não vim aqui escrever a obra literária do século! Vim - novamente Veriana, revelar o amargo e o doce da esputa que habita minha alma. Não vou ensinar nada. Tome emprestado aquilo que lhe for útil. Não devolva a mim. Distribua a quem merecer. Mas tome um cuidado: viva o que prega; pregue o que vive.

O que faço aqui, enfim, é recordação porque "ela está em todas as coisas; até no vazio que me dá".

Penso... Penso... Penso... Penso...

Logo, existo?

Não sei.

Falo... Falo... Falo... Falo...

Logo, sinto muito.

Veriana, empresta uma palavra doce que a esputa foi amarga!

sábado, maio 02, 2009

Sonha, filho!

Meu filhote, aos sete anos, me pergunta se vai casar com uma loura ou morena.

Por que?

Você é moreno e casou com a mamãe que é branca.

Com gentileza, digo que isso não importa, que ele vai ficar com alguém de quem gostar e que gostar dele.

Desculpe, filho, eu menti.

Provavelmente, você cometerá meu mesmo erro: vai ter medo de amar e perder abruptamente; vai se entregar perdidamente a alguém que não merece; vai se iludir com palavras ensaiadas diante do espelho; se empolgar com a capa do livro e sentir preguiça de ler até o fim pra entender a história; pensar que sabe tudo... e passar o resto da vida se arrependendo.

Muito trágico!

Eu sei. Acho que foi só um pouco de amargura que me aconteceu agora.

Você vai encontrar a pessoa certa, na hora certa e do modo certo. Vão produzir um mundo juntos bem mais bonito do que o nosso é. Assistir a muitos filmes. Comer pipoca. Achar engraçadas essas "comédias" importadas. Irão juntos ao supermercado. Sentará feliz enquanto ela experimenta 452 pares de sapato e sai da loja sem nenhum. Achá-la linda ao acordar. Terá muita paciência com ela na TPM. Vão ter filhos e contar histórias para eles, ficando juntos até que a morte os separe.

Sonha, filho. É de graça!

Quando eu partir

Quando eu partir, certamente não irei ao Céu!

Eu não vou pedir perdão por ter procurado sair de uma vida tão difícil, com minha mãe ralando feito uma louca pra cuidar de onze filhos sozinha - já que meu pai sumiu de mim quando tinha tres anos; nem por ter comido até estufar a barriga depois de tantos anos com a comida regrada em casa; nem por ter desejado o presente de natal do meu vizinho; nem por ter me aborrecido com minha mãe depois de uma surra que achei injusta; nem por ter deixado de fazer um trabalho de escola pra assistir um filme com Audrey Hepburn - olhos fechados depois, lembrando aquela nuca linda; nem pedirei perdão por achar que eu não preciso pedir perdão.

Não vou ao Céu. Mal comecei a lista e já sei. Deixarei todos pensarem que achei a piada engraçada, que a companhia deles me agrada imensamente, que aquela música horrível que eles estão ouvindo é um deleite aos meus ouvidos; que filme chato esse, mas não direi.

Não direi, também, que te amo.

Ah, e como dói levar essa mentira comigo!

sexta-feira, maio 01, 2009

Um lembrete

Algumas pessoas merecem nossos sorrisos; mas ninguém, ninguém mesmo, é digno de nossas lágrimas.

Beijos e abraços! Vou ali numa "aprontação" e já volto. Quem sabe eu consiga escrever algo mais interessante.

Para Ivo


Que posso dizer, meu amigo-irmão?

Espera, tem calma, a dor passa. Inútil dormir que a dor não passa disse Chico Buarque. Esse sentimento que tens não é consumido facilmente. Talvez, jamais consigas apagar. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas, é bobagem. Tu te tornas eternamente cativado por aquilo que escolhes e jogas fora. Quantas lágrimas derramarás? Não! Propõe-te a enxugar lágrimas alheias e verás, agora como enxergo, que desperdiçamos tempo demais sendo egoístas e lamentando nossa própria dor.

Dedica-te com firmeza a esse novo amor - eu sei que não a amas, mas luta contra ti mesmo. Amanhã, o sol vai nascer e tua tristeza não tem o direito de tentar escurecer teu dia. Viva! Vale a pena, apesar das dores que inventamos.


Obrigado, Anny e Veriana por me emprestarem seus olhos-ouvidos; obrigado, Flávio por emprestar duas de suas amigas; obrigado, Elisa por um tantão assim de coisas que vivemos juntos!