sexta-feira, agosto 27, 2010

O Kichute

Recorri à Wikipédia - e como tem informação de tudo lá - para lembrar a experiência de usar um Kichute.

Kichute é um calçado, misto de tênis e chuteira, produzido no Brasil desde a década de 70 pela Alpargatas, teve seu ápice entre os anos de 1978 e 1985, quando suas vendas ultrapassaram 9 milhões de pares anuais.

Feito de lona e solado com cravos de borracha, todo ele preto, virou mania entre os meninos, pois era usado tanto para ir à escola quanto para a prática do futebol, ainda mais depois da conquista do Brasil da Copa do Mundo de 1970. Devido ao seu grande cadarço, era comum entrelaçá-lo na canela antes de amarrá-lo, ou mesmo dar voltas nele próprio, passando pelo solado.
Foram lançadas bolas de futebol de salão e de campo com a marca Kichute.

Com a entrada de modelos importados de tênis, suas vendas despencaram, mas o Kichute nunca deixou de ser produzido. Atualmente, devido ao revival dos anos 70 e 80 na moda, muitos estilistas famosos estão utilizando o Kichute em suas coleções.

Em São Paulo, na década de 1990, fazia parte dos uniformes dos garis da prefeitura.

E eu, lá pelos 11 anos de idade comecei a cursar o que chamávamos de "Ginásio", 5ª a 8ª séries e, obrigatoriamente, o uniforme era com o famoso sapato-chuteira. Tanta confusão fiz na cabeça de minha mãe por não querer usar que ela se viu obrigada a comprar outro tênis, não sem antes consultar a direção da Escola pra saber se era possível.

Calcule a dor que um chute com esse sapato causava. Acho que daí escolheram o nome, porque "que chute"!

Enfim, consegui não ter que usá-lo, troquei por um outro chamado "Montreal" que era desprovido das travas comuns às chuteiras.

Nunca usei, se bem lembro, os tênis "Bamba", mas o também famoso "Conga" faz parte da minha história.

Dias felizes para os meus pés que passaram a infância toda usando bota ortopédica, só vieram quando ganhei meu primeiro "Puma" e o inesquecível "All Star", cano alto que chamávamos de "All Star bota".

Mas essa é outra história com um tênis vermelho com cadarços pretos.

Meu Deus, quanto mal gosto eu tinha!

quinta-feira, agosto 19, 2010

O outro lado


Quando foi que aprofundei o pensamento sobre um assunto qualquer, que me ofereci a oportunidade de errar, de pedir desculpas, de me perder em divagações?

Em que tempo foi que esqueci de ouvir, de eternizar num toque, numa palavra, num cheiro, num olhar?

Quando me perdi do caminho e ri, despudoradamente, da minha cara de otário que imaginava que sabia o caminho?

Nunca olhei o outro lado do quadro!

quarta-feira, agosto 18, 2010

Já assistiu à série Scrubs?


Pra começo de conversa, já é sensacional, em tempos de alta tecnologia, que um diretor opte por usar uma única câmera pra contar a vida profissional e pessoal de personagens que trabalham em um hospital. Cheio de um humor refinado, faz pensar nas outras séries médicas com suas crises existenciais e seus problemas intermináveis.

Em Scrubs, os personagens são bem mais reais e despreparados como médicos, vivendo tolices e paranóias. Claro, como boa série norte-americana, no final sempre há aquele tom de "moral da história", mas diverte mesmo assim.

Isto tudo me leva ao nada novo pensamento sobre o comportamento de médicos como "semi-deuses". De fato, quem escreve a série deve ter experiências não tão boas com os cirurgiões, pois eles são retratados como um grupo de babacas que se acham melhores que os clínicos. Há que se pensar que os clínicos têm a primeira missão: diagnosticar as enfermidades e, se necessário, encaminhar à cirurgia.

Durante os últimos quatro anos tenho sido assíduo frequentador de hospitais e consultórios médicos. Devo revelar que a série mostra a realidade do serviço de saúde, ao menos o que conheço bem aqui do Acre: uma enorme guerra de egos deixando o paciente em estado de terror. Um parêntesis pra esclarecer que na Clínica de Hemodiálise somos chamados de clientes. Eu não quero ser cliente deles, sou um paciente mesmo. E haja paciência pra suportar o tratamento e seus condutores!

E, assim como na série, perceber como os Residentes são tratados como time de futebol da segunda categoria: têm até torcida, mas não enchem estádio. E vão se aventurando em área tão delicada que é a manutenção da vida. Sim, há um médico na série que diz: "o que fazemos é abreviar a morte". E isto também é sensacional, coloca o profissional como ser humano novamente.

Como forma de relaxar antes de cada sessão costumo conversar muito com outros pacientes e seus familiares sempre ouvindo a mesma história: "esses médicos não contam nada pra gente, não dizem como está sendo o tratamento, nem nos dão esperança de nada".

Será que seria importante o médico se mostrar mais compreensivo com as dificuldades de cada um do que seguir uma bula que tenta universalizar o tratamento?

Sei lá. Só estou me divertindo muito em assitir afinal, I'm no Superman!

Um passeio pela felicidade alheia


Quinta-feira comum. Uma sensação de abafamento tomando conta da cidade e resolvo sair pra encontrar duas amigas. Como acredito que elas podem se atrasar, fico o máximo de tempo possível no caixa eletrônico até que a paciência se esgota. Vou ao Mercado Velho, local combinado para o encontro. Observo, mais uma vez, o quanto gosto desse lugar: um misto de passado com modernidade arquitetônica e dedico algum tempo a perceber:  detalhes das construções, pessoas, a me perceber.

Neste processo, um casal me salta aos olhos: são adolescentes, ainda, em uniforme oficial das escolas públicas que, estranhamente, conversam muito baixo. Desconheço os motivos que levam os adolescentes sempre a gritar. Talvez, para demarcarem um campo no concorrido território chamado vida.

Logo já estou interessado em praticar meu mais delicioso exercício: imaginar quem seriam estas pessoas, do que gostam, o que planejam, os sonhos que teimam em ter. 

Levantam, caminham até uma lanchonete e voltam com um refrigerante. Necessário dizer que é Coca-Cola? Qual outro eles prefeririam. Retornam ao local, servem refrigerante a um senhor em um banco um pouco à esquerda, sentam-se novamente. E conversam longamente. À interpelação de um policial, respondem com a presença do senhor sentado. E são intocáveis, resguardados de incômodos.

Penso agora que eles são felizes. Felicidade é momento raro. Este é um.

terça-feira, agosto 17, 2010

Das informações inúteis

Em 05/01/2007, morreu o inventor do macarrão instantâneo. Em 3 minutos prepara-se uma refeição. Sem nenhuma possibilidade de uma boa nutrição, mas preenche o vazio do estômago.

Dizia ele que teve a idéia a partir da visão de umas pessoas longo tempo na fila pra conseguir um prato de sopa de macarrão após o fim da Segunda Guerra Mundial e concluiu que "só haveria paz no mundo quando o povo tivesse comida suficiente". Se um pacote de "miojo" é comida e suficiente, isto já é outra história.

Momofuku Ando morreu aos 96 anos, de um ataque cardíaco.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Enquanto uma escolha é possível

Felicidade é um momento perdido na linha do tempo! De modo maniqueísta, dividiria em dias que estamos felizes e infelizes. Sendo bem otimista, cento e oitenta e dois dias e meio de felicidade por ano.

Mas há um dia em que ficamos felizes e infelizes ao mesmo tempo! Quando nos apercebemos que precisamos despudoradamente dizer para alguém: how wonderful life is, while you're in the world.

É bem aí que descobrimos que tudo começa e tem fim.

Boa semana a todos!

quinta-feira, agosto 12, 2010

De ônibus

Detesto "ir de ônibus" a qualquer lugar. Não só por minha claustrofobia; esta é bem controlada. O espaço parece pequeno demais pra acomodar meus 52 Kg distribuídos em, não mais, que metro e setenta e cinco. É um esfrega aqui, encosta ali insuportáveis. Meu cérebro precisa autorizar pra que meu corpo seja tocado. Houve vez em que, de tanto ser incomodado, desci cinco pontos antes e fui a pé.

Lembro, ainda no meu segundo trabalho, que tomava o ônibus por volta das seis e trinta da manhã pra chegar até a Universidade Federal. Era horário de muito movimento. E foram entrando pessoas entrando pessoas entrando pessoas. Li que a lotação eram 30 pessoas sentadas e, sabe-se lá Deus, milhares em pé.

Tinha uma solenidade por lá, coloquei uma roupa de ir à missa afinal, ia receber uma Portaria de Elogio do Magnífico (!?) Reitor e queria parecer menos desagradável ao olhar.

Tomei cotoveladas, empurrões, fui "colado" àqueles ferros para apoio e fiquei igual a dançarina de pole. E o cheiro de perfumes diferentes. E o cheiro da falta de banho.

Finalmente, o ônibus se aproxima da entrada do Campus e começo a aliviar: eu desceria no primeiro ponto.

E assim foi. Paramos, posicionei-me em frente à porta e pensei: ao menos cheguei, nada mais pode acontecer. Coloquei o pé direito no primeiro degrau e deram uma cusparada no meu sapato.

quarta-feira, agosto 11, 2010

Primeira confissão do dia

Tô com preguiça de escrever. Mais tarde terá algo novo. A segunda confissão do dia, talvez.

terça-feira, agosto 10, 2010

Quando Maria Rita canta "Santa Chuva"

Se existe um fenômeno que não compreendo, que, talvez, me provoque uma certa inveja, é quando vejo fãs em shows chorando com interpretações de seus cantores prediletos. Há muitos e grandes artistas que fuçam no armário dos meus sentimentos, que provocam em mim um desespero de esperar por nada e tudo, por alguém e todos, mas sempre guardei bem as lágrimas. Lembro de não ter conseguido num especial com Elis Regina apresentado na TV após sua morte. Eu ali sem compreender como seria viver sem alguém que rondava os amores que eu inventava e aquela mulher com maquiagem borrada, em pranto e desespero, dizendo "quando olhaste bem nos olhos meus e teu olhar era de adeus, juro que não acreditei, eu te estranhei, me debrucei sobre teu corpo e duvidei".

Estava sentado no chão da minha casa e não ousava virar, não conseguia enfrentar o olhar de minha mãe, não havia coragem para demonstrar que sofria. Lentamente, levantei e tomei a decisão, no estilo mais profundo e drámatico de Scarlett O'Hara, de nunca mais chorar. E um ódio crescente a Chico Buarque, que podia escrever de maneira tão lindamente absurda. E odiava o homem que a abandona. E odiava a mim por tanta dor.

Porém, essa sensação angustiante que abandonei volta com força redobrada quando escuto Maria Rita cantar "Santa Chuva". E uma parte de mim quer odiar Marcelo Camelo que vem sem deixar claro aonde quer chegar, com suas frases de "vai chover de novo, eu vi na tevê que o povo já se cansou de tanto céu desabar". E vai levando a mim, arqueólogo de minhas dores, a escavações cada vez mais profundas. E sofro com a mulher que não chora mais. "A chuva já passou por aqui; eu mesma que cuidei de secar". E me irrito junto com ela. "Cadê aquela outra mulher? Você me parecia tão bem." E questiono mais uma vez a verdade. "Foi só amor ou medo de ficar sozinho outra vez?" E fica impossível não querer que meu coração se entregue à tempestade.

segunda-feira, agosto 09, 2010

Se Kate Mahoney soubesse

Se você já "se entendia por gente" nos anos 90, deve lembrar de uma série televisiva chamada Lady Blue, que por aqui foi traduzida para A Dama de Ouro, estrelada pela atriz Jamie Rose, que contava as aventuras de uma policial durona no estilo Dirty Harry, com Clint Eastwood, que, por sinal, tornou-se um diretor de cinema de grande qualidade. A personagem, a policial durona era Kate Mahoney.

Outra informação, desnecessária, mas que quero dizer aqui, é que a maioria dos "cantores sertanejos" - seja lá o que isto signifique, tem nomes estranhíssimos - veja-se o exemplo de Zezé di Camargo, que na verdade chama-se Mirosmar. Daí, adotam nomes que serão mais facilmente absorvidos pelo público, só não sei como eles mesmos não se confundem e quando vão a programas de televisão ouvir depoimentos dos familiares e amigos, até seus pais, que tiveram a "brilhante" ideía de os batizar com esses nomes incompreensíveis, referem-se pelo "nome artístico". Existem os "batizadores" de duplas sertanejas com um resquício de inteligência e criam brincadeiras interessantes, como João Mineiro e Marciano (o que um alienígena faz cantando no Brasil, eu não sei), Chico Rey e Paraná e outros tantos. Mas, tem os que, sem a menor noção do que estão fazendo nem do idioma que somos obrigados a conhecer um pouco - não culpem os Portugueses, eles tentaram nos ensinar, são responsáveis por criações estranhíssimas também. Adelito e Rebelde, Atleta e Treinador, Bátima e Robson, Belo e Horizonte, Bento e Mamão, Campanha e Piriguso, Canadá e Continensse, Castelo e Mannsão, Chanceler e Diplomata, Choroso e Xonado, Cativante e Continente, Conde e Drácula, Domyngo e Feryado, Franco e Montoro. Peraí! Franco Montoro não era um político!? Era, não me culpe por isto! Se eu continuar, vamos ficar a semana inteira na mesma postagem, mas tem uma que é impossível ficar de fora: Poliglota e Porta Voz.

Dia destes, durante a sessão de hemodiálise, uma das Enfermeiras que comprovam que a mulher foi realmente feita por Deus - o homem, sim, descende do macaco, cantarolava uma das "canções" de uma determinada dupla - e o fez por 4 vezes consecutivas. Entendi, de imedianto, considerando um sotaque paulistano e as repetições que aquele era o estilo musical preferido. Deixa ver se consigo piorar as coisas. Terminada a sessão, nova "cantarolada" e iniciamos o seguinte diálogo:

Eu: Já entendi que você gosta dessas músicas.
Ela: Não, é que estas coisas grudam na nossa cabeça. Do que você gosta?
Eu: (Tentando não ser MUITO indelicado) Gosto de tudo, muitas coisas.
Ela: Gosto de Chico Buarque, Caetano, desses por aí.
Eu: (Aliviado, mas nem tanto) Também gosto.

Sessão seguinte, levo um CD de Greyce Ive, que você já viu por aqui na "semana musical".

E isso tudo tem o quê com a Kate Mahoney, com os nomes estranhos de duplas sertanejas, o gosto musical da Enfermeira. Aliás, qual o significado disto tudo.

A música cantarolada diversas vezes, foi gravada por uma dupla chamada Bruno e Marrone - aqui a relação com nomes estranhos e a falta de inteligência: a intenção era fazer uma homenagem à personagem da série de TV e saiu isto, ficando ainda a dúvida: qual seria o nome ridículo que a pessoa carrega que opta por essa troca tão absurda? O nome do conhecido Bruno é Vinicius, nascido em Goiânia e o de Marrone é José Roberto, também do estado de Goiás. É, talvez fosse melhor chamar a dupla de Roberto e Vinicius, que poderíamos nos iludir que seria uma homenagem a dois dos maiores artistas deste país.

Enfim, essas criaturas desprovidas de cérebro, com suas músicas de amores nunca ou mal correspondidos, suas letras que sempre indicam o amor pela mulher que já tem namorado, noivo ou marido, canções sobre mulheres que parecem viver pulando da cama de um para a de outro bem rapidinho, que não se dedicam a fazer nem faculdade (e os universitários curtindo essa onda de sertanejo universitário), merecem este vídeo e não negarei tal presente.

O comum entre Latino e Maryse

O "Filósofo" e "Pensador" Latino surpreendeu-me duplamente durante esse domingo, em que folheei - ainda sei usar as mãos para ler - uma revista de circulação nacional. Na coluna "dois pontos", da revista Época, há uma frase atribuída ao proprio: "O homem pode estar fiel, mas não é". A frase continua com qualquer coisa sobre procriação, que não acrescenta muito mais ao que já fora dito, confirmando o fato de que a frase foi um surto e nada mais que isto.
Sim, mas por que a dupla surpresa? 
Primeiro, não imaginava que Latino fosse capaz de formular um pensamento coerente. Segundo, porque sua frase vai de encontro às considerações da Psicóloga francesa Maryse Vaillant quando afirma: "o homem também costuma trair quando ama".

Se Maryse está correta, não faço a menor idéia. Ao que se compreende, muitas entrevistas foram feitas por ela até que chegou a algumas conclusões, sem estatísticas, gráficos ou qualquer coisa que o valha, como diria mamãe. No entanto, vale a pena conferir a coluna da jornalista Ruth de Aquino, que está bem aqui e ver esse assunto tratado por duas mulheres interessantes.

Quanto ao Latino, esqueça que fui louco o bastante para citá-lo.

domingo, agosto 08, 2010

Como é "isso" de ser Pai?

Uma entrada rápida no blogue só pra lembrar o "dia dos Pais". Nada sobre essa "função" sei falar. Meu pai era mágico: sumiu de mim quando tinha algo em torno de três anos de vida. Ou então muito assustado: não conseguiu conviver com minha falta de beleza física, com o "estranho" que, a partir do três do onze, faria parte da vida dele.  Agora, 40 anos depois, já assumi o árduo trabalho de ajudar duas pessoas a se posicionarem na vida, talvez por isso mesmo o resultado não esteja sendo tão bom: me falta experiência comprovada na CTPS. Mas tô tentando. Então, aproveito pra perdoar as omissões de meu pai e pedir perdão a Lucas e Marina por não saber bem como se faz esse papel. Tenham todos um domingo maravilhoso, cheio de satisfações ao estômago e à alma. Por fim, valeu, Pai: apesar de tantas coisas, é muito bom fazer parte da humanidade e sua "erética" participação foi fundamental.

sexta-feira, agosto 06, 2010

Enquanto espero

É comum entender e aceitar que, durante nossa visita ao planeta Terra, pessoas passem por nossa vida e, por conta de tantos fatores que não cabem neste texto, tomem rumos que desconhecemos. Aconteceu assim com Raf, Miguel, Ana, Sofia, Dulce e outros tantos. Felizmente existem as pessoas que por mais que nossas atitudes infantis afastem-nas, se alojam em nosso desejo e, mesmo distantes, não saem nem com ordem de despejo. Muitas vezes, muitas mesmo, agi de maneira a fazer com que fugissem e esquecessem minha existência, mas elas insistem: vivem uma ausência presente diariamente em mim levando-me a descobrir o que é amor. Este amor sem cobranças, sem fronteiras, sem guarda de mágoas, sem expectativas de que posso ser diferente. Elas me fazem entender quanto tempo se perde perdendo tempo, quanto me permito conviver com dores desnecessárias e com saudade inevitável. Pior, é esperar que elas retornem e assumam o verdadeiro papel de protagonista em minha existência. Quem saberia perder, me perguntam Sá e Guarabyra. Não sei ao certo, creio que não o sei eu. Sei acumular: amigos, inimigos, amores, dores, lembranças de sorrisos festivos e frases que ouvi sem merecimento algum. E muita perda em não ter dito antes o que era importante, não ter confessado a importância delas em mim. E me atrevendo sempre a citar "despeça-se das pessoas com palavras de carinho, você não sabe se vai tornar a encontrá-las". Tardiamente, mas declarado publicamente entre as pessoas que realmente me interessam e que dedicam um tempo a visitar este blogue, digo-te: te amar faz valer a pena cada sofrimento que tenho e outros tantos com os quais me penitencio. TE AMO, assim com o idioma assassinado, porque dizer AMO VOCÊ dá-me a sensação de distanciamento e já basta da falta do teu senso de humor e teu sorriso franco e generoso. E é com esse amor inabalável, mesmo pela infidelidade, que escrevo o que mais me interessou fazer nesta semana. Já que você é "todas elas juntas num só ser", a música que fecha esta semana musical no blogue, é sua.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Pra quando meu amor voltar

A semana musical aqui no blogue está quase chegando ao fim. Dá trabalho localizar o que me atrai e nem sempre encontro o que desejo. Foi assim com essa música de Célio Cruz, mas como não poderia deixar de fora, produzi uma simples imagem com a intenção clara que você construa sua "viagem" durante a audição. Célio é um artista do estado do Amazonas e considero que mereça ser conhecido. Pena que saibamos tão pouco de pessoas que sabem muito na sua área.

terça-feira, agosto 03, 2010

"O nosso amor é CLANDESTINO"

A queridíssima jornalista Portuguesa Cristina Duarte, que você encontra aqui, presenteou-me com esta belíssima descoberta e, por ser justo e válido, tomo a liberdade de dividir, nesta semana musical aqui no blogue. E nada mais há a ser dito hoje.

segunda-feira, agosto 02, 2010

Um pouco patético, mas e daí?

Dia desses confidencei a uns amigos que tinha algo "perturbando" minha tranquilidade e, após a revelação dos motivos, ouvi a frase "você é patético". De fato, não considero que a pessoa que falou tal coisa esteja errada, mas parei pra pensar um pouco a respeito. Primeiro, quem de nós não agiu ou age de maneira patética diante de seus projetos? Quem nunca se arrependeu de algo que fez ou que tenha deixado de fazer? Quem de nós pode atirar a primeira pedra - ou a última, que seja? Tenho amigas que se calam diante dos romances de seus maridos, das atitudes grosseiras de seus amantes preocupados com seus próprios prazeres, amigas que abrem mão da fidelidade em nome do que consideram inevitável: trocar de parceiro teria o efeito de somente mudar os personagens, as cenas seriam as mesmas. Patético!? Talvez. Estamos acostumados a considerar patético aquilo que nos torna bobos. Prefiro acreditar que seja a arte de despertar nos outros os sentimentos ou afetos de que estamos possuídos. Já disse antes aqui que não desejo escrever best-seller, tão somente dividir o momento que estiver atravessando, as lembranças que tomarem conta de mim, os desejos que carrego comigo. Tudo muito patético. E daí? Por vezes, troquei a ida ao tratamento na Clínica por conta de querer estar na companhia de meus filhos e ouvi - e você não calcula de quantas pessoas: se você morrer, eles vão continuar aí. Sim, mas eu não estarei vendo ou você acredita nas novelas da Globo sugerindo que os espíritos estão interagindo com os vivos? Quer saber, não tenho vergonha de fazer tolices em favor daqueles a quem amo. Como diz a música de Lulu Santos, "se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer - e eu vou sobreviver. O que eu ganho ou o que eu perco ninguém precisa saber".

domingo, agosto 01, 2010

Das coisas que estão me consumindo no momento

O belo me encanta. É óbvio, mas necessário ser dito. No entanto, me vale a beleza recheada. Essa mulher não me sai da cabeça, assim como não lhe sai a mulher enclausurada na burca. Suas palavras têm dormido e acordado comigo. Temos com o que nos ocupar: compreender o mundo enquanto o visitamos. Dificilmente alguém consegue calar-me. Rendo-me diante das "Christines Fernandes", as que vão além das coberturas.

Começou o mês de Agosto. Dizem que assim se chama em uma homenagem ao Imperador César Augusto, pra se contrapor ao mês de Julho, nome escolhido por conta de outro Imperador: Julio César. Sendo na sequência, deveria ter somente 30 dias, mas, ao que consta, Augusto não iria ter um mês com menos dias que Julio. Vai entender as pequenas invejas de homens poderosos. Dizem, também, que é um mês de "desgosto" ou "azarado". Até hoje não descobrimos os motivos de tal "apelido".


Andei tão desanimado nestes últimos dias que pedi à médica que me deixasse morrer. O desespero é uma coisa hedionda: como pode uma mulher definir meu momento de partida ou chegada? Ainda bem que ela é sábia o suficiente. Mas se confunde ao achar que a felicidade mora numa caixinha vendida em famácias. Melhor efeito fez o fato de que ela se importa. E eu acostumado a bater no peito no dia três do onze...

A música que acompanha este momento: