Neste processo, um casal me salta aos olhos: são adolescentes, ainda, em uniforme oficial das escolas públicas que, estranhamente, conversam muito baixo. Desconheço os motivos que levam os adolescentes sempre a gritar. Talvez, para demarcarem um campo no concorrido território chamado vida.
Logo já estou interessado em praticar meu mais delicioso exercício: imaginar quem seriam estas pessoas, do que gostam, o que planejam, os sonhos que teimam em ter.
Levantam, caminham até uma lanchonete e voltam com um refrigerante. Necessário dizer que é Coca-Cola? Qual outro eles prefeririam. Retornam ao local, servem refrigerante a um senhor em um banco um pouco à esquerda, sentam-se novamente. E conversam longamente. À interpelação de um policial, respondem com a presença do senhor sentado. E são intocáveis, resguardados de incômodos.
Penso agora que eles são felizes. Felicidade é momento raro. Este é um.
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