quinta-feira, dezembro 31, 2009

Valeu, 2009!

Desde abril por aqui e tenho recebido visitas que muito me alegram. Devo confessar que foram muitas as alegrias, apesar das dificuldades normais diante dos problemas de saúde sem, porém, perder as esperanças. Jamais. Pude, por aqui e outros meios reencontrar velhos amigos - bem mais jovens do que poderia imaginar, mais felizes do que supus, mais amigos que sempre. Isto já fez valer a pena viver 2009. O que vai acontecer em 2010 não faço a menor idéia, mas se me for oportunizado aproveitar metade do que vivi de alegrias até agora, certamente valerá a pena vivê-lo. Nesta última mensagem do ano, vou-me preparando para uma nova fase: espero encontrar um doador de um rim, voltar a fazer o que mais gosto e fazer deste blog que, na verdade, como diz minha filha, é meu diário na internet, um local para as lembranças de todas as coisas que vivi durante estes quarenta e três anos. Só pra lembrar aos que sabem da história, aos 14 anos fiz uma previsão de que viveria só até 35. Ainda bem que sou pior que Mãe Dinah em previsões. Nada de lágrimas pois, apesar de tudo, sou feliz e espero continuar a ser no ano que começa já já, logo depois da meia-noite.

FELIZ 2010 PARA TODOS NÓS!

domingo, dezembro 27, 2009

Uma lágrima aos amigos de muito

O que sei, se sei algo, aprendi com os amigos desde os anos 80, que me reencontraram por agora, embalados por essa voz com a qual encontro todos os dias e, juntos, derrubamos reis.

sábado, dezembro 26, 2009

Uma de amor

Sabe essas histórias que a gente ouve falar, mas pensa imediatamente: foi um filme; e filme que os que gostam de posar de intelectuais chamam de “água com açúcar”? Sabe esses gestos carregados de cuidados e preocupações com a outra pessoa e que os menos sensíveis criticam imediatamente como “frescura”? Existem, as histórias e os gestos! Mas são tão ocultos que tenho que pensar trezentas vezes como as relato. Por um lado para que nenhum dos envolvidos se sinta ofendido com a revelação de “segredos”. Por outro, por temer não conseguir dimensionar o que efetivamente me encantou em sabê-los. Meu irmão, levando em consideração que não sou (e faz tempo que não) um adolescente, diz que sou emo. Começo a concordar com ele em mais um aspecto da vida. Todas as histórias que aqui surgem, realmente aconteceram ou acontecem, significam algo para mim e me encantam; não me envergonho de dizê-las, do meu próprio jeito, sem pretensões de estar escrevendo textos para um best-seller. Tão somente, que você vá me conhecendo aos poucos à medida que lê. Muitas vezes estava lá. Noutras, me foram ditas em meio a muitas lágrimas. Esta, eu ouvi e envolve dois amigos meus.

للأعيان وعدد أعبحت الشعببانية يتم ماعية و
تعيينهمللأعياننواب
حسب الدستور المعدل عام أصبحت إسبانيا دولة قانون إجتماعية و ديمقراطية تحت نظام ملكي برلماني. الملك منصبه فخري و رن و واحدئيس الوزراء هو الحاكم الفعلي للبلاد. البرلمان الإسباني مقسم الى مجلسين واحد للأعيا وعدد أعضاء يبل عين و واحد للنواب و عدد نتائج الانتخابات نائب. نتائج الانتخابات الأخير مباشرة من أصبحت الشعبسنوات، بينما كل 4 سنوات، بينما يعين1 عنتخاباتضو من مجلس الأعيان و ينتخب الباقون الشعب أيضاً. رئيس الوزراء و الوزراء يتم تعيينهم من قبل البرلمان اعتماداً على نتائج الانتخابات النيابية. أهم الأحزاب
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أصبحت إسبانيا دولة قانون إجتماعية و ديمقراطية تحت نظام ملكي برلماني. الملك منصبه فخري و رن و واحدئيس الوزراء هو الحاكم




 Eu também chorei!



sexta-feira, dezembro 25, 2009

As histórias que nos lembram...

Tania me lembra que a razão para que o hoje Dr. Natal tenha recebido este nome é ter nascido no dia 26 de dezembro. Se meu pai tivesse seguido este mesmo raciocínio, qual seria meu nome? Finados ou Mortos?

Aproveitando, feliz aniversário antecipadamente, Natal.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Completando meu álbum de figurinhas

Nada contra ninguém. Tudo a favor de todos. Meu lema. Mas tenho que continuar revirando minha memória e, nesse mexer e remexer, lembrei de uma figurinha que faltava no meu álbum. Quando pequenos, nossas brincadeiras eram tão ingênuas que não sei se já éramos considerados seres humanos ou ainda estávamos como amebas. E brincávamos destas coisas que falei aqui em outro post. A maioria delas acontecia à noite, mas tinha uma diurna que era uma das favoritas da garotada: brincar de ser super-herói. Cada um tomava uma toalha de banho amarrada ao pescoço e escolhia seu herói predileto. Opa! Preciso deixar claro que só os meninos participavam dessa brincadeira. Não sei se a diversão era fingir ser indestrutível ou esperar o momento em que um dos amigos ia fazer a escolha, apesar de todos já saberem qual seria. Mas aguardávamos ansiosamente e, finalmente, o grito libertador: EU SOU A MULHER-MARAVILHA! Sem maldade. Tá bom, com um pouquinho.

Colheita Feliz

Prometi que aqui seria o local para minhas lembranças e dizer o que realmente penso, mas há coisas que não consigo ficar sem meter o bedelho. As famosas “redes sociais” e seus “joguinhos” conseguem sempre me surpreender. No Orkut, agora, uma nova febre tão poderosa, que tomou conta de todos: o jogo “Colheita Feliz”.

Em seu primeiro contato com esta “ferramenta” você é convidado a montar uma fazenda e fazer suas plantações. Isto significa que você precisará ter algum “dinheiro” para comprar as sementes. Até aí, tudo bem: não há como empreender sem investimento. Na sequencia, você é orientado a plantar as sementes e, certamente, terá que cuidar desta plantação a fim de que ela cresça gerando uma fonte de renda. É mais ou menos como você cuidar daqueles bichinhos eletrônicos que surgiram uma época, vindos do Japão, eu creio, e que inclusive poderiam morrer, mas que no futuro lhe renderá alguma “riqueza”.

Já compradas as sementes e feita a semeadura, eis que surge a terceira orientação: VOCÊ PODE USAR A FERRAMENTA MÃO PARA COLHER AS PLANTAÇÕES MADURAS E ROUBAR DE SEUS AMIGOS. Isto, em linguagem inteligível quer significar que você não só é orientado a ser um empreendedor agrário, mas um ladrão agrário, aproveitando-se do trabalho de seus amigos. É como o velho coronel levando a cerca sempre mais pra dentro da propriedade de seu vizinho mais fraco ou mais ingênuo.

A certa altura das orientações, é indicado a você que pode enviar flores aos seus amigos, aumentando sua popularidade. Ou seja, o deixe plantar, roube tudo que ele possuir e você conseguir levar, depois envie flores para ele gostar de você. Você pode também invadir e bagunçar toda a fazenda arduamente trabalhada por seu amigo. Invasão de propriedade para vandalismo também está autorizado. Mas, cuidado! Como é avisado a você “às vezes não é fácil ser um ladrão”. Este é um daqueles conselhos que certamente as mães de alguns políticos teriam dado a eles.

Mas o conselho final é incentivador: “Ao invés disto (roubar), você pode se tornar um bom amigo ajudando eles a tirarem as pragas e pestes de sua fazenda”. Quantos fazem isto?

Parabéns a você que respondeu “nenhum”! Isto. Ninguém se importa de fazer este treinamento para espertalhão via Orkut. Todo dia, escuto os comentários ao derredor de “eu roubei os perus da fazenda de fulano”. “E ovos, conseguistes alguns?” “Esperei mais de 20 minutos pra plantação de beltrano ficar madura, mas perdi a oportunidade de roubar!” “Eu consegui ainda roubar um pouco”. E estes diálogos vão se perpetuando, calmamente, sem que nada seja tomado como preocupante. E note: você rouba os seus amigos!


A neurociência diz que "aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais, neurológicos, relacionais e ambientais. Aprender é o resultado da interação entre estruturas mentais e o meio ambiente".

Por enquanto, tenho conseguido livrar minha Marina destas “redes sociais”, sem grande dificuldade e sem que ela ache que tem um pai “atrasado”, coisa que não sou. Mas creio que há limites para tudo. Passei anos pagando escola que ensinava empreendedorismo a ela e não vou desperdiçar este tempo e dinheiro com um jogo. Vou ficar ouvindo Nuno Markl e seu “Caderneta de Cromos”, lembrando das brincadeiras de infância, menos destruidoras de caráter e ver se a OMS acaba logo com esta febre antes que vire epidemia.

terça-feira, dezembro 22, 2009

Álbum de Figurinhas

Fui ouvir uns podcasts de um programa chamado “Caderneta de Cromos”, feito lá em Portugal e o resultado não foi bom. Não que o programa seja ruim; pelo contrário, é ótimo. Não entendi bem o que o criador quis dizer com o título do programa, mas parece ser algo assim como aquele “álbum de figurinhas” que colecionávamos aqui em Rio Branco. Cada página que era preenchida, ou se era encontrada uma figura premiada, corria-se à mercearia em que eram vendidas as figurinhas em busca do prêmio. Quando se completava o álbum ganhava-se o direito a mais um prêmio e também velozmente, voltava-se à mercearia para buscá-lo. Tive alguns deles e até hoje gosto de fazer este tipo de coleção. Creio que o nome do programa seja com a intenção de lembrar este tipo de atividade.


Lá, eles lembram coisas do tempo de infância, brincadeiras que participavam tudo recheado de muito bom-humor e diversão. Um álbum de figurinhas totalmente preenchido. Mas cria um problema: dá uma saudade enorme de um tempo e um lugar.


Em mim, provocou-me a lembrança das correrias pelas ruas da COHAB do Bosque, das brincadeiras da Manja, da Bandeirinha, de Esconde-esconde... Junto com elas, a saudade dos amigos daquela época. Por onde andarão eles? Onde estará Sandro, Junior, Merria, Marquinhos, Carlos, Kennedy, Hudson, Dixon, Gildemir, Maria Olívia, Charles, Abelardo, Betinho, Samuel, Simone, Jacira...


Fiquei desejoso disto. De correr descalço pelas ruas, ir até o goiabal, tentar pegar um jambo no quartel do Exército (sem o soldado me pegar), nadar no Igarapé São Francisco cuja água é fresca e sem poluição, jogar futebol no campinho de terra batida, ficar todo empoeirado, tomar banho no tanque, comer o doce de goiaba feito pela Dona Maria Celina, ajudar a lavar o táxi do “Seo” Anádio, brincar que podia dirigir, ir à oficina de aparelhos de rádio e tevê do Beto, ficar na Mercearia e comer pão quentinho com azeite doce.


Fiquei aqui, sentado, ouvindo o programa, e completando meu próprio álbum e agora, vou correr na mercearia pra devolver o prêmio. Isto mesmo, não quero mais o prêmio! Pensei que o prêmio era melhor, mas era crescer. Não, fique com o prêmio, com o dinheiro das figurinhas, fique com tudo. Quero de volta só o tempo em que eu gostava de colecionar álbum de figurinhas, participar de todas aquelas brincadeiras e voltar a ser, ingênuo sim, mas feliz.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Comunicação?

É o caso de começar a liderar uma campanha de abaixo a chateação. Ontem, fiz o exercício de tentar “falar” pelo MSN. Tentei explicar a minha amiga que precisava falar com outro antes de segunda-feira. E, aflito, tive que "ouvir": a gnt so consge flar segunda. Entendi que era pra eu assistir qualquer coisa no canal GNT e que será legendado, pois parece que é um programa Turco. E nem sei a que horas vai acontecer. Mas, claro, sou eu. Insisti: será que conseguiríamos falar com ele agora? Sei que é chato ligar no domingo, mas o caso é importante. A resposta: blz vamu tenta mais axo qe num da. Desisti. Nem sabia mais que idioma ela falava. Ou com quem falava: pareceu-me ser um pai de santo! Quem sabe hoje, com a chegada dele, venha um tradutor junto.

domingo, dezembro 20, 2009

A velha senhora

É um muro baixo, nada mais que um metro e vinte de altura, não tem o objetivo de proteger a casa, apenas para demarcar território. Nele, um pequeno portão para passagem dos pedestres. Não há automóveis nesta casa. Desnecessário um portão grande. Neste portão pequeno, nas laterais, duas colunas de, aproximadamente, trinta centímetros quadrados, suficientes para acomodar uma pequena almofada que é sempre levada ao final da tarde, quando o sol se dirige ao seu pôr-se, no sentido do final da casa. A casa fica de frente a uma praça em que os bancos são no formato das letras que compõem o nome da cidade. Na casa, existem dois quartos: um onde ela mantém a imagem de Nossa Senhora e um Terço grande dependurado à parede e outro, em que vive o marido. Melhor, o ex-marido, pois há muito a abandonou por outra, só retornando ao adoecer e não poder mais cuidar-se. Agora, vive sob os cuidados da velha senhora, que não reclama, não cobra. Submete-se como se seu ofício fosse: cuidar dele. Na praça, há uma caixa de madeira, fechada com cadeados e grades em que é acomodado um aparelho de tevê. Ela, a tevê, é ligada exatamente às sete da noite e aglomeram-se pessoas desprovidas deste utensílio em casa para assistir a programação do único canal existente. Às dez da noite, será desligada. O controle das luzes da praça está dentro do quintal da velha senhora; ela joga luz sobre os moradores e os escurece a seu bel-prazer. Este é caminho obrigatório a todos os moradores. Ali, de pé e acomodados os cotovelos sobre a pequena almofada ela, a velha senhora, assiste ao ir e vir dos moradores. Todos a cumprimentam como um ato religioso e sempre encontram um tempo para a troca de meia dúzia de palavras. Ela, a velha senhora, sabe muito. Todos a tratam de “vó”, mas não é a mulher mais idosa da cidade. Parece ser um símbolo de respeito, mais que uma certidão de nascimento. Professora durante trinta anos conhece a todos e a todos guiou as mãos pelos caminhos da alfabetização. Políticos, empresários, médicos, servidores públicos, noviços, prostitutas, maridos que traem, esposas que traem. Continua ensinando. Só que a viver. Quando a tevê é ligada às sete da noite, ela entra, serve o jantar do ex-marido, verifica se todas as janelas e portas estão fechadas – coisa sem importância. Nenhum assaltante ousaria incomodá-la. Inclusive, há poucos na cidade. Janta, assiste ao noticiário, vê a novela e, por fim, dirige-se à multidão aglomerada na praça. “Tá na hora!” Sempre há quem diga “só mais um pouco, vó. Tá terminando.” Ela, pacientemente, aguarda, até que sua paciência se esgota e desliga as luzes. Lança a escuridão sobre todos, pois o dia começa muito cedo para ela. Apesar da aposentadoria, o trabalho de casa é todo feito por ela mesma, há que descansar. Assim vive a velha senhora, espiando a vida alheia escorada no pequeno muro com os cotovelos sobre a pequena almofada e nem percebe quão pequena é a vida.

sexta-feira, dezembro 18, 2009

Testamento

Quero começar nossa conversa de hoje, nossa última, furtando uma frase de Markus Zusak.


“O assaltante é um mané”.


Há um tempo, me fiz várias perguntas. Questionei os motivos, ainda que de forma inconseqüente, de que um ser superior a mim permitiu que cada coisa desagradável tivesse me ocorrido na vida. Decidi-me por um ser – e a ele dei o nome de Deus, que poderia, se quisesse, livrar-me de qualquer sofrimento, mas não o fazia, não fez. Intuí, mediante as análises por vezes equivocadas de familiares e amigos, que era justiça sendo feita contra atitudes impensadas minhas, contra meu comportamento ferindo os conceitos dele (o Deus) e, portanto, o sofrimento me traria de volta à realidade dos fatos: abriria mão de ser um “mané”, me tornaria um ser humano, não um homem, no sentido mais restritivo da palavra “homem”.


Tinha os por quês, mas desconhecia completamente os porquês.


Quando me vi desprovido da capacidade laboral, da capacidade locomotora, da capacidade de tomar minhas próprias decisões, deparei-me com o pior de mim. Ao mesmo tempo, não sem um muito de angústia, desvendei o mistério: nas proximidades da amargura do ‘não posso’ reside a docilidade do ‘isto ainda posso’.


Não posso mais a cervejinha; ainda posso a água.
Não posso mais o sal; ainda posso o doce.
Não posso mais o sexo; ainda posso o amor.


Sim. Você está lendo o testamento de um homem morto. Amanhã, você não me encontrará mais aqui. Hoje é o dia do meu falecimento, que é uma palavra assustadora para os que permanecem e bem mais assustadora para os que vão. É, eu morri! Hoje, dia 15 de dezembro de 2009, às 17 horas. E desta vez, podem mesmo rezar a missa. É a mais pura verdade. O que você está tendo é uma experiência sobrenatural e não há nada que eu possa fazer para mudar tal coisa. Você é o sensitivo. Eu, apenas o resultado de sua vocação.


Tive, durante os momentos de crença na necessidade de adoecer para aprender algo, a ilusão de que era um mensageiro da mudança. E, enquanto cada coisa boa ou não ia acontecendo, ia eu recebendo mensagens. Para quem as cartas haviam sido endereçadas não me foi dito; apenas que as entregasse, imaginando que tais palavras serviriam para tais pessoas. Vi lágrimas, sorrisos, alardes, espantos, esperança, fé, coisa alguma, fiz diferença, nenhuma, conheci cada detalhe, por mínimo que fosse, do ser humano. Perdi a crença nele e a recuperei. Perdi novamente e novamente a encontrei. Busquei, não encontrei, mas vi muito.


Agora parto sem assombro, sem estardalhaço, enquanto você se informa através deste relato tão diminuto, entretanto pleno de verdades sobre o que fui.


Amei cada pessoa à minha maneira – o que se demonstrou malfazejo, pois alguns sofrimentos foram sendo derramados pelo caminho. Não achei nas palavras dos acadêmicos nada que confortasse meu coração, portanto, não as guardei. Não me entreguei à verdade do amor, só ao erotismo. E ainda ardo pela mesma pessoa como se fosse um adolescente engatinhando pelos caminhos do amor sonhado. Fui um “mané” em todas as minhas decisões e, portanto, nada deixo de palpável.


Agora, gostaria de deixar uma frase que pudesse fazer a diferença nas vidas que ficam, mas não tenho as palavras certas. E já que comecei furtando-as a Markus Zusak, umas a mais não aumentará tanto a dívida.


“Eu não sou o mensageiro.”
“Eu sou a mensagem.”


Adeus!

domingo, dezembro 13, 2009

Eugênia

A primeira vez que ouvi Eugênia Melo e Castro, foi em 1993 e ela cantava uma música chamada "noite sem luar", onde, já próximo ao final, dizia; "...jurei jamais prender-me por amor no cárcere cruel da dor". Não pude mais esquecê-la. Tomei a liberdade de postar este vídeo dela cantando "eu sei que vou te amar". Sei, também, que Vinicius de Moraes, um homem que casou nove vezes não pode dizer sem muita falta de cinismo "eu sei que vou te amar por toda a minha vida". Mas, assim como tinha seu nome no plural, também houve pluraridade em seu amor e, portanto, viveu muitas vidas amando-as por toda uma destas vidas. Ouça a canção sem preconceitos e sem pieguices.

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Sobre um velho cão

"Memórias de Minhas Putas Tristes" perseguiu-me por tres aeroportos. No penúltimo deles, já após uma cirurgia cardíaca, pouco podia caminhar - se decidisse seguir as orientações dos médicos, deveria estar em uma cadeira de rodas. Não o fiz. Tentei me locomover lentamente. Por incrível que possa parecer, só havia alguma melhora se me punha de pé, mas as pernas já estavam exaustas. O sacrifício das quatro horas do voo anterior já fora quase insuportável. Felicidade que existe diazepan. Ainda assim, caminho e, ouço o primeiro latido. Viro-me e ele está lá: com ar de cachorro em pet-shop implorando para ser levado para casa. Seu pelo lilás me encanta e seu olhar me diz "leve-me, serei um bom companheiro; terei histórias que te farão compreender o amor. Este mesmo que sentes ainda hoje por Abi, que tão cedo partiu, deixando este incompreensível vazio". Ele age de forma covarde, não havia porque lembrá-lo neste instante e, por alguns momentos, vejo o pelo lilás tornar-se ruivo como o cabelo de Abi. Resisto à tentação, não há porque levar um cachorro para casa. Ele dá trabalho; banho, alimentação, passeios, educação, controle por conta das visitas. Não, ele deve permanecer onde está. Sinto muito! Continuo a lenta jornada, vejo uns óculos que custam 3 mil reais, me encanto com umas caixas de som que seriam benvindas no ipod, uma jaqueta imitando couro... resisto ao consumismo. Quero estar em casa. Cheguei no aeroporto às 4 da tarde e o próximo voo só sairá às 9 da noite, se nenhum deputado ou senador resolver que não deve cumprir o horário também. Novo latido. Cometo o erro de acariciar o pelo lilás. Ele possui uma coleira com o nome "Gabriel". Será o dono ou o seu próprio nome? Não importa, ele quer seguir-me. Lança-me novamente aquele olhar de misericórdia. Não há mais resistência em mim. Dirijo-me à vendedora: "quero esse cachorro". "Não é nosso, senhor". Ela me chama de senhor. Fiquei velho ou é uma forma de marketing? Não, sou um ancião, por isto o cão me deseja. Também ele o é. Acaricio novamente o pelo lilás e ele se abre "no dia do meu nonagésimo aniversário..." Não há mais o que fazer. Ele agora dormita em minha porta e se alimenta de minha solidão, lambe-me as feridas e ri-se da minha incapacidade de compreender o tempo passando.

Insuportabilidade

Não dá. Certas coisas, são demais. Ter que suportar "amigo" sempre questionando seu comportamento... Se você fuma, ele tem dez mil citações contra o fumo - mas passa a noite toda ao seu lado enquanto você esvazia um maço de cigarros. Reclama da cerveja que não está tão gelada e tem gosto de água choca - sei lá o que isso quer dizer - mas toma tantas quantas você pagar. Está sempre certo acerca da necessidade de combate à crise financeira, mas não leva nem a carteira de notas para a balada. Conhece todos os métodos para que você tenha uma vida mais longa e feliz, mas dedica 99% de seu tempo indo ao psicanalista porque não aguenta mais chorar a madrugada inteira. O filho dele tem as melhores notas do colégio, quiçá do ENEM, mas há dias que ele não lê nem revista em quadrinho. Analisa os filmes como um crítico de cinema, mas o mais recente que assistiu foi Ben-Hur. Aquela menina toda linda, espetacularmente descontraída? É estrábica, mas a única garota que ficou foi durante um porre homérico dela. Conhece todas as "técnicas" de sedução, mas não pode sair da mesa um segundo que os comentários sobre sua chatice proliferam. Olha com ar de superioridade a todas as pessoas, mas não para de pensar que não é bom o suficiente em absolutamente nada do que faz. Vai comer a Angelina Jolie e ela vai deixar o Brad Pitt para ficar com ele, mas não tem nem passaporte. Decorou um livro de auto-ajuda e considera que pode resolver todos os males da humanidade, mas não consegue conversar cinco minutos com alguém sem ofendê-lo. Quer saber, criatura? Me economize!

quinta-feira, dezembro 10, 2009


Não leio críticas sobre cinema, livros e afins. Prefiro tirar minhas próprias conclusões. Não dedico tempo às análises alheias - muitas delas recheadas de profundo interesse de desmistificar ou desrespeitar o que foi escrito ou sugerido com a ajuda de imagens e diálogos. Não me importa se alguém acha cult ou não, se considera que o autor seja um grande escritor ou escritor de palavras comuns e argumentos fracos. Não busco os sinônimos mais complexos: escrevo como costumo falar, escrevo para ter compreendido os sentimentos que me levaram à escrita naquele instante único. Digo o que digo de maneira simples: quero ser entendido não provar que conheço o dicionário. O mais, cabe ao leitor, analisar, emocionar, recordar, se couber. Não faço cobranças sobre o que escrevo a não ser esta: cada vez que recebo uma visita neste simples blog, torno-me ansioso por um "eu acho" do visitante e sinto-me unido a alguém quando os recebo. Tenho por hábito, deixar um comentário em cada blog que visito, ainda que o assunto me seja completamente estranho ou discordante; este é o "pagamento" de um blogger. Venha, leia, ache uma droga, ache interessante, mas diga algo. Como diria o poeta, "quem cala, morre contigo". Grite o que você quiser, por isto, os comentários aqui não são moderados. Você não precisa de mim para dizer absolutamente nada. Fique à vontade. Novamente, "quem cala, morre contigo". Viva!

quarta-feira, dezembro 09, 2009

De Binho a Chico a Binho novamente


Sempre que posso e a OI me permite, ouço os "dois dedos de prosa com o Governador". Não somente pelo fato de que considero a forma clara e simples com que ele fala excepcional, mas tenho o profundo interesse de ouvi-lo contar as novidades de sua administração, como uma criança que acaba de ganhar um presente com o qual sonhou a vida inteira. Agora a nova alegria do Governador é o PROACRE. Ainda não sei bem qual sua intenção, mas lembro dele, um "menino" por assim dizer, andando pelas matas na companhia de Chico Mendes e fazendo este mesmo trabalho, com pouco dinheiro porém, com muita disposição. Nesta semana "Chico Mendes", lembrei que tive a oportunidade de encontrar com ele (Chico) uma única vez: caminhávamos, o Governador (quer dizer, ainda Binho somente) em frente ao Palácio das Secretarias, que estava às quedas de tão abandonado, condenado pelos órgãos de segurança predial e, eis que vindo calmamente, com uma bolsa a tira-colo, usando uma camiseta vermelha escrita em letras graúdas e brancas "CUT", um homem não tão alto, muito pensativo, de bigode e barba por fazer. Neste momento, fui apresentado a ele e não passei em sua vida desta apresentação, mas foram momentos de conversa intermináveis: muito por não estar entendendo grandes coisas que eles falavam, muito por indagar como o homem que eu admirava (Binho) podia ter um ídolo tão admirado (Chico) e não ter acanhamento nenhum de estar perto do ícone. Depois, vi Chico crescer politicamente, ir à ONU, virar manchete em jornais do Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, Londres, Paris - até no Acre, virou manchete. Vi-o "implorar" por proteção, ser morto de forma covarde por não concordarem com suas opiniões, seus filhos crescerem, explorarem sua memória, tomarem para si o que ele nunca quis (materialidade) e fazerem tantos conflitos que me levam a questionar: valeu a pena, Chico? Se pudéssemos ouví-lo novamente, o que nos diria? Chega, não quis nada disto! Apenas queria que fôssemos, os filhos da floresta, respeitados como cidadãos. Mas, esta conversa começou falando dos dois dedos de prosa com o Governador e proponho o seguinte: ao ouví-lo, esqueça as diferenças ideológicas, as propostas que você nem concorda tanto assim - algumas delas, eu mesmo questiono, mas ouçam aquele menino dos anos 80 sonhando em fazer um mundo melhor. Não importa se ele esteve na Califórnia, se deu entrevista à SKY do Reino Unido, se ele fala abertamente com o Presidente Lula sobre as necessidades do nosso estado. Imagine, durante estas falas, o menino usando uma pequena mesada para comprar cadernos a quem nunca possuiu um, ensinando os desesperançados a ler e escrever e outras tantas atividades que não cabem em minhas palavras. Ouçam o menino, não o homem: ele ainda quer mudar o mundo e começou por sua aldeia. Nesta em que vivemos e temos orgulho de dizer "SOMOS ACREANOS DO BRASIL, BRASILEIROS DO ACRE".  (a foto acima é da Agência de Notícias do Acre)

terça-feira, dezembro 08, 2009

Só porque nada dissemos ontem. Nem eu nem vocês. E a chuva prolongou-se por toda a madrugada.

Nos dias chuvosos, tinha por hábito caminhar sem guarda-chuva, capas, botas, sem algo que o protegesse. Sempre gostara de ser incomum, ainda que se achasse médio. Precisava do frio que agora sentia para tornar-se aquecido quando chegasse ao local de destino. Tinha consciência de que não haveria nenhuma pessoa lhe aguardando, mas caminhava firmemente na direção definida. Supunha que a simples(?) lembrança dos que ali moravam seria suficiente para acalmar a ansiedade que carregava como um fardo às costas. Não costumava lamentar que os carros lhe sujassem com a lama misturada às poças de água que se acumulavam no trajeto. Seguia, era suficiente saber que havia um "onde chegar".


Nos dias chuvosos, tinha por hábito lembrar velhas canções calmas: como um bálsamo que se passa em feridas . Não tinha expectativas de cicatrização. Certas dores são melhores quando permanentes, tornando-o elegantemente viril. Tinha sonhos não realizados, poemas interminados, músicas não concluídas, temas desconexos, frases desconexas, vida desconexa.


Nos dias chuvosos, não lamentava. Sempre é possível ir àquele encontro, ainda que o cabelo se desfaça, que a roupa pareça mais velha, que as gotas de chuva sejam tomadas como lágrimas - ou as seriam realmente? É sempre possível que alguém apressadamente encontre um tempo para dizer "que chuva!", e continuar correndo em busca da proteção de casa.


Nos dias chuvosos, não temia. Aguçava o olfato com o cheiro da terra molhada, deliciava-se com a visão dos pássaros protegendo-se e aguardava, com dissimulada insatisfação, o momento em que todos voltariam a cantar alegremente. Então, nesse momento, tomado de uma tristeza vinda depois dos temporais, acordava para o fato de que a vida supõe movimentos terrestres e a chuva mudara de continente deixando-o assim, entre saudoso e irritado à espera que a previsão do tempo esteja correta e tudo volte a acontecer amanhã.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Preguiça

Se eu estiver com preguiça de escrever hoje, ainda assim você me deixaria um "eu acho"?

sábado, dezembro 05, 2009

Um papo delicioso com Jackie







Há um tempo, escrevi isto e algumas pessoas me perguntaram se a história era verdadeira. Sim. Cada linha foi escrita como aconteceu. Mas ontem, numa conversa com uma amiga, contei os detalhes que omiti no texto. E, indo além, disse que ainda realizaria o sonho de reencontrar a protagonista. Ela riu muito e imaginou essa cena que reproduzo aqui.

Imagina a cena. Você revendo-a.

JAMES: Oi...
ELA diz: Nossa, quanto tempo!
JAMES: Pois é, o tempo passou... (a essa altura o seu coração combalido já estará quase à boca, os seus pensamentos de auto-estima baixa dirão "estou péssimo; droga, a minha roupa tá horrível; meu Deus, sou um coitadinho e ela tão linda assim, como nos meus pensamentos").

Aí, ela vai se sentir de novo preterida. A sua insegurança daquela época será pior hoje. Não duvido do seu amor, mas você não vai querer vê-la assim, se sentindo o coitadinho, de novo fugindo da lembrança mal resolvida, ou melhor, nem comida foi.

Desculpem-me, mas eu adorei isto! Pareceu meio cruel da parte da Jackie, mas a conversa seguiu e ela, assim, impudica, me perguntou: "como ela transa?" Claro está que são as minhas fantasias que você vai - se desejar - ler a seguir.

  Ela faz tudo numa sequência assustadora: primeiro, gosta de ver um filme desses bem complexos que deixa a cabeça rodando tentando entender o que o diretor quer dizer. Depois, vestida numa camisa que ela pegou no meu armário de roupas, demora uma eternidade no banheiro tirando toda a maquiagem. É astuta: quer ser sem casca, mas passa um batom, bem suave. Abre a porta e não se dirige à cama. Parada, quer ser  observada, desejada; quer que o desejo por ela seja maior que qualquer coisa no mundo. Caminha lentamente e a camisa realça os seios dela. Não há calcinha - apesar de eu querer. Prefere assim: o que vou descobrir não está encoberto por tecidos. Para ao lado da cama e não se deita. Me deseja ajoelhado para que cada centímetro do que imaginei seja beijado. Não quer o conforto do colchão, quer a rigidez do solo. E sussura e balbucia frases desconexas e me olha fixamente à espera do "eu te amo". Se ele vier, vai se abrir inteira. Senão, só um pouco será oferecido. Quase imóvel. Eu, aflito, afoito, em transe. Ela, suave. Eu, ardente. Ela, selvagem. Eu, morto de paixão. Adio o orgasmo ao máximo - tarefa bem difícil diante dela. Ela, aos borbotões, se delicia com meu sexo (ou com  minha submissão).


sexta-feira, dezembro 04, 2009

Outra...





A Parashat Bereshit, a primeira porção da Torá, relata que ao existirem os primeiros seres humanos vivendo sobre a face da Terra, ocorreu o primeiro ato de violência entre os mesmos: a morte de Hevel (Abel) pelas mãos de seu irmão  Cain (Caim). Por não se tratar de um relato jornalístico, nem de material a ser analisado por douto juiz, não há esclarecimento dos motivos nem dos mecanismos utilizados para a prática do homicídio ali relatado.

Se nos utilizarmos de nossa imaginação, poderíamos concluir que houve uma discussão entre os dois sobre a severidade com que Deus realizou o julgamento das oferendas a Ele dedicadas, concluindo que a de Cain fora inferior a de Hevel.  Assim, Cain questionou que não havia justiça neste mundo nem no vindouro e, portanto, os justos não seriam recompensados e os perversos punidos afinal, ele havia feito o seu melhor. Havendo a discordância, a decisão foi clara: morte.

O diálogo é apócrifo, o fato é concreto: não haviam justificativas para se tirar a vida de outro por serem as opiniões conflitantes. Cain não sabia viver o contraditório e, independentemente da existência de um Ser Supremo que tudo vê, tudo sabe, tudo conhece, não pode haver racionalização humana para satisfazer a busca dos nossos próprios desejos básicos.

Nos últimos dias soube da justificativa de um rapaz preso por tentativa de assalto que me surpreendeu. “ Pô, senhor, quero um tênis de marca e ‘num’ tenho!” Sim e eu tenho? Como consegui? Por que consegui? Qual é a racionalização que faço do evento de possuir um tênis de marca diante da vida?

Não creio ser necessário buscar nos ensaios dos sociólogos, psicólogos, psiquiatras, políticos e afins explicações para o crescimento da violência: ela se resume na vontade de possuir, na territorialidade, no descaso com o que tem significado. E leis sendo feitas e reformuladas, juízes punindo com extremo rigor coisas fúteis, deixando impunes coisas relevantes. E vamos criando programas sociais, buscas sociais, projetos sociais, sonhos sociais sem oferecer o básico: o mundo é um só, a vida, uma só. Os sonhos são individuais, mas não vale tudo para consegui-los nem passarão de sonhos se os sonharmos individualmente, como diria Raul Seixas.

Uma conversa...

Gosto de mulher de cabelo curto, gosto de mulher de nuca à mostra, gosto de mulher inteligente, gosto de mulher que sabe cantar, gosto de mulher que sabe ler, gosto de mulher que sabe escrever, gosto de mulher que sabe ver, gosto de mulher que sabe rir, gosto de mulher que sabe chorar, gosto de mulher que sabe adivinhar, gosto de mulher que sabe sentir, gosto de mulher que sabe fingir, gosto de mulher que se esbarra com outra diariamente no espelho, gosto de mulher que sabe ser minha mãe, gosto de mulher que sabe o que quer da vida, gosto de mulher que sabe sonhar, gosto de mulher que tem fantasia, gosto de mulher que deixa de lado a tristeza e vai à luta, gosto de mulher que planta, gosto de mulher que colhe, gosto de mulher que se aninha no sofá, gosto de mulher usando camisa masculina e meias grossas em noite de temperatura amena, gosto de mulher que controla as despesas de casa, gosto de mulher que gasta horas intermináveis passando cremes, gosto de mulher que sussurra quando quer algo, gosto de mulher que grita eu te amo, gosto de mulher que se apaixona todo dia, gosto de mulher que chora quando sozinha, gosto de mulher que acredita em amor, gosto de mulher que não se humilha, gosto de mulher que se arruma lentamente, gosto de mulher que se espreguiça de manhã, gosto de mulher que toma chá à tarde, gosto de mulher que come chocolate, gosto de mulher que reclama que precisa emagrecer, gosto de mulher que não atende quando ligo, gosto de mulher que conversa durante o filme, gosto de mulher que finge que não entendeu a frase, gosto de mulher que explica o mundo, gosto de mulher que fica calada, gosto de mulher que faz discurso, gosto de mulher que concorda, gosto de mulher que faz o contrário do que combinou, gosto de mulher que segura na mão, gosto de mulher que sabe o caminho, gosto de mulher que diz "o sinal vai fechar", gosto de mulher que reclama, gosto de mulher que tem preguiça, gosto de mulher que muda os móveis de lugar, gosto de mulher que compra muitos enfeites e não usa, gosto de mulher que pergunta se é bonita, gosto de mulher que telefona só para reclamar que não liguei, gosto de mulher que me deixa tomar um chopp ou dois ou tres ou mais, gosto de mulher que se compara com modelos e atrizes, gosto de mulher que acha o marido da outra mais gentil, gosto de mulher que questiona, gosto de mulher que quer ir embora no melhor da festa, gosto de mulher que tem tensão pré-menstrual... E você me pergunta se te amo!?

quarta-feira, dezembro 02, 2009

11 perguntas que os cientistas ainda não conseguem responder

01. Como surgiu o Universo?
- Num parto natural, dia 03 de novembro de 1966.


02. Quando começa a vida?
- A minha começou em fevereiro. Meu pai tinha tomado umas cervejas depois do trabalho e me fez às pressas.


03. Quanto usamos do nosso cérebro?
- Acordado, menos de 1%. Dormindo, isto cresce para 85%. Tenho cada sonho!


04. A alma existe?
- Não. Era só uma personagem feita por Marieta Severo na novela Laços de Família.


05. Os animais pensam?
- Sim. O Vereador Cabide é a prova.


06. É possível viajar no tempo?
- No tempo certo, não. Sempre o vôo atrasa.


07. Existe premonição?
- Dificilmente. Aquela sensação de que alguma coisa vai acontecer é porque o cobrador vai chegar mesmo a sua casa.


08. O que define nossa sexualidade?
- Acho que foi quando vi Audrey Hepburn pela primeira vez.


09. A fé pode curar?
- Pode. Desde que não seja essa que é vendida em saquinhos nas igrejas.


10. Por que nos apaixonamos?
- Qual seria a graça de viver sem "sofrer"?


11. Quando e como o mundo vai acabar?
- Segundo minha médica, em menos de 17 anos, com a falência total do meu coração.

Bate o sino...

Pronto! Começou Dezembro e já podemos começar a fingir que somos solidários, amáveis, preocupados com o bem estar das demais pessoas; podemos fingir que nossa unha encravada dói menos que um tumor cerebral (sim, há quem acredite no contrário!); vale separar as roupas que você não usa mais - estão fora de moda mesmo - e doar; vale oferecer um prato de sopa para um faminto na rua - ainda que no Acre a temperatura esteja sempre oscilando entre 30 e 37 graus; vale comprar um brinquedo para uma criança que não conhece "Papai Noel" - aliás, muitas vezes não conhece nem mesmo o próprio pai; vale visitar aquele asilo para idosos e conversar um pouco com eles; vale dá uma passadinha no hospital e oferecer um pouco de esperança a crianças com doenças em fase terminal; vale dizer bom dia a todos que cruzar pelo seu caminho; vale desejar um Natal harmonioso; vale participar do amigo oculto (ou secreto), como queira - ainda que o nome sorteado seja do seu melhor inimigo; vale reunir a família no dia 24 - mesmo que todos se "matem" durante o restante do ano; vale assistir àqueles filmes natalinos insuportáveis e repetidos, vale até chorar com estes filmes; vale não ser homofóbico; vale não fazer segregação racial; vale não ser violento; vale respeitar a opinião contrária a sua - ser tolerante, não vale; vale parar de pensar que o mundo vai acabar em 2012 - o "seu mundo" acaba hoje, quando você for dormir; vale isso, aquilo e isto aí também que você está pensando. Vale, sobremaneira, todo esse comportamento ser um treino para realizar frequentemente durante 2010.

segunda-feira, novembro 30, 2009

Sem morbidez!?

Cenário: Pronto-atendimento da UNIMED.
Data: 09.06.2006 - quinta-feira
Horário: 10:00 (manhã)
Quem: Minha irmã, Dra. Luciene, Eu

Minha irmã: Bom dia.
Eu: Bom dia.
Dra. Luciene: Bom dia.
Minha irmã: Trouxemos estes exames do meu irmão e gostaríamos de ouvir sua opinião.
Eu: (calado)
Dra. Luciene: Quantos exames! Mas não precisavam tantos. Seus rins pararam de funcionar e você tem que começar imediatamente na hemodiálise.
Minha irmã: (atônita)
Eu: Como é isso?
Dra. Luciene: Você vai até a Clínica, eles vão colocar um catéter na sua jugular e iniciar o tratamento. Eu não estarei lá mas minha colega vai fazer o trabalho.
Eu: (pensando "eles!?") A senhora confiaria seu pescoço a sua colega?
Dra. Luciene (pensativa alguns segundos): Não.
Eu: E por que eu confiaria?
Dra. Luciene: Você não morreu até agora, não morrerá hoje. Amanhã, eu estarei lá. Vá cedo.
Eu: Quanto tempo viverei fazendo esse tratamento?
Dra. Luciene: 20 anos na máquina.

Dias depois...

- Olá, Doutora!
- Oi, meu amor!
- Você sabe que eu te amo, não é? E que não sei onde estaria agora se não tivesse lhe encontrado.
- Eu sei. Morto!

Eu amo essa mulher!

Pensei, nestes últimos dias - e essa é uma das minhas maiores tarefas, qual seria a importância da minha passagem por esta vida. Lembrei que não tenho nada para deixar como herança. Tudo bem, sou médio! Não escrevi um best-seller, não vou ser reconhecido por uma grande obra à humanidade, meu psicólogo teima em não escrever um livro sobre mim, meu biógrafo morreu quando ainda tínhamos dezessete anos... E Lucas dizendo que é o mais velho portanto, tudo é dele. Tudo o quê? Os CDs, os livros, os computadores, as impressoras, os violões, as músicas que compus e não mostro a ninguém, esse armazém de mágoas que tento destruir? Fica com tudo, filho e com esses amigos que são dos mais valiosos que tenho!

Questão lógica

Lula está para Diogo Mainardi, assim como Cabide está para mim. GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES ENTRE LÁ E CÁ.
A impressão que tenho é que enquanto formos tratados como seres superiores que precisam "cuidar do meio-ambiente", como se dele não fizéssemos parte, de nada adiantarão tantas campanhas e multas e discursos. Ah, mas os discursos garantem eleição aos Parlamentos! Havia esquecido este detalhe.

domingo, novembro 29, 2009

Porque hoje é domingo

Abro o portão. A casa está demasiadamente silenciosa. Meu irmão encontrou meio por acaso uma infecção na garganta e os sobrinhos estão ou dormindo ou fora. Nem som de televisor ligado há. Até Álamo resolveu não tocar, mesmo depois que o time dele ficou em primeiro lugar no campeonato brasileiro. Ouvi qualquer rock em um som auto-motivo, mas foi breve. Um cão negro de cara branca passou tranquilamente enquanto os outros, aprisionados em casa, ladraram até não mais poder. Essa falta de compreensão de territorialidade canina me enlouquece! As vizinhas da casa em frente, que são silenciosas mas recebem muitas visitas, resolveram sair. É justo, está bastante quente. Acredito que mais de  trinta e tres graus às nove da noite. Muitas moças passando, bem arrumadas. Vão à Igreja. Levam a Bíblia. Os rapazes, são poucos. Ou já estão lá ou conhecem um caminho mais curto ou não vão. Não sei quantas igrejas existem no bairro. Se forçar um pouco a memória talvez consiga lembrar de quatro ou cinco. Cada uma com forma diferente de enxergar Deus. Um casal a pé: ela, levando uma sacola plástica, é magra e pareceu-me não ter mais que dezenove anos; ele, empurrando uma bicicleta. Por que eles não vão juntos na bicicleta? Tem quem goste de caminhar. Ou talvez tenham discutido antes, pois vão calados. Quer dizer, não se escuta as vozes, mas certamente discursam longamente. Olhar diz muito. Mas eles não se olham. Pelo horário e forma, deve ter sido uma visita à casa da sogra. Partida de futebol. Time derrotado ou vitorioso, não importa. Visita à sogra sempre termina do mesmo jeito: voltam para casa silenciosos, como se as palavras estivessem esgotadas. O mesmo frango ao molho para o almoço, a mesma cerveja pouco gelada, as mesmas piadas, o mesmo co-cunhado que ganha bem e comprou um carro novo. E a velha bicicleta. O jantar é, sem dúvidas, o conteúdo da sacola plástica. Nenhuma criança. Onde estarão as crianças? Elas costumavam brincar em frente às casas. Ficam guardadas da violência das ruas ou acharam brinquedos mais interessantes? E o que é mais interessante do que brincar de pera, uva, maçã? Não lembro de ter sido escolhido nenhuma vez nessa brincadeira. O sapo sonhando novamente em ser príncipe. A casa é na esquina no começo do bairro. Muito se vê morando assim. E se imagina outro tanto sendo invisível, inaudível, atérmico...

sábado, novembro 28, 2009

Parem com essa história de voto de protesto!



Charge retirada do blog do Deputado Edvaldo Magalhães

Mas, muito é.


A guerra dos Mendes
Como uma disputa entre os herdeiros de Chico Mendes levou a uma investigação sobre desvio de dinheiro público no Acre
JULIANA ARINI, DE XAPURI (AC)
Helcio Nagamine
HERANÇA
A casa onde Chico Mendes foi assassinado (acima). Chico e a mulher, Ilzamar, com a filha, Elenira, no colo (ao lado). Vinte anos após a morte de Chico, Ilzamar, a filha e o irmão de Chico brigam pelos recursos gerados por sua memória
A casa mais visitada do Acre fica na Rua Batista de Moraes, 487, em Xapuri, cidade de 14 mil habitantes a 180 quilômetros da capital, Rio Branco. Pequena, feita de madeira, foi nela que o sindicalista e ambientalista Chico Mendes foi morto a tiros por dois fazendeiros quando saía para tomar banho. Vinte anos depois do assassinato, a casa é mantida intacta, como estava no dia da morte, inclusive com a mancha do sangue de Chico Mendes na parede. Nela funciona uma espécie de museu, com guia e tudo, sustentado pelo Instituto Chico Mendes. Criado pelos herdeiros para manter viva a memória de Chico Mendes, o instituto enfrenta acusações sérias na Justiça. O Ministério Público do Acre denunciou seus administradores por desviar R$ 685 mil em recursos públicos.
Chico Mendes começou a vida como seringueiro, passou a líder sindical e se tornou um ativista ambiental. Com o apoio de um grupo de antropólogos e ambientalistas, ele se projetou no cenário internacional como protetor de florestas e recebeu prêmios da Organização das Nações Unidas. A fama de Chico Mendes atingiu o auge em 1987, quando, em uma viagem aos Estados Unidos, foi recebido por senadores e por representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No encontro, Mendes fez uma denúncia: o asfaltamento da Rodovia BR-364, que liga Porto Velho, em Rondônia, a Rio Branco, no Acre, provocaria o desmatamento de uma porção ainda intacta de floresta e diversos conflitos. Sua morte o transformou em um dos símbolos mais poderosos da luta ambiental.
Em 2005, a filha de Chico Mendes, Elenira, fundou o Instituto Chico Mendes com o objetivo de administrar a imagem do pai e associar seu nome a cursos de educação ambiental. Três convênios foram firmados com o governo acriano, pelos quais o instituto passou a receber verbas públicas para ministrar os cursos e as palestras sobre educação ambiental.
Segundo o Ministério Público, parte do dinheiro recebido do governo não foi gasta de acordo com o firmado no convênio. Os dirigentes do instituto teriam usado notas fiscais frias para esconder os gastos indevidos.
O genro de Chico Mendes confessa que adulterou notas fiscais
O acusado pelo Ministério Público de ser o autor da fraude nos recibos é Davi Cunha, marido de Elenira, a filha de Chico Mendes. Ele era o responsável pela prestação de contas do instituto. Cunha confessa o crime de falsificação. Ele nega, porém, que a fraude tenha sido feita para desviar dinheiro em benefício próprio. “Eu sei que errei ao alterar os recibos e vou ter de pagar pelo que fiz”, afirma. “Mas não aceito dizerem que roubamos o dinheiro do governo.” Cunha diz que cometeu a falsificação para driblar a burocracia dos convênios firmados com o governo acriano. “O convênio não permitia o pagamento dos encargos trabalhistas dos funcionários”, afirma Cunha. “Por isso, fiz as alterações nos recibos: foi tudo para pagar os direitos trabalhistas dos funcionários.”
No processo, Cunha confessa também que usava o dinheiro público para pagar o salário de sua mulher, Elenira. De acordo com a investigação, a filha de Chico Mendes recebia R$ 4 mil mensais, um pagamento irregular segundo o próprio estatuto do instituto. Para maquiar o pagamento do salário de Elenira, um irmão de Davi assinaria os recibos de pagamento. Para ÉPOCA, Elenira negou que recebia salário do instituto.
A mãe de Elenira e viúva de Chico Mendes, Ilzamar Gadelha Mendes, é acusada na ação do Ministério Público de ser funcionária fantasma da instituição. De acordo com a investigação, Ilzamar recebia um salário mensal de R$ 3 mil sem exercer nenhuma função. Em seu depoimento ao Ministério Público, Ilzamar reconheceu que não trabalhava na entidade. ÉPOCA a procurou e a encontrou em sua casa ao lado de um cão pit-bull e três vira-latas. “Não vou dar entrevista. O processo está seguindo em segredo de Justiça”, afirmou Ilzamar. O promotor Mariano de Sousa Mello pediu a quebra do sigilo bancário do instituto. “Se comprovarmos que esses salários foram pagos de forma irregular, tanto a mãe quanto a filha terão de devolver o dinheiro aos cofres públicos”, diz Sousa Mello.
Elenira culpa o governo do Acre e o marido pelos problemas no instituto. “Eu não sabia o que o Davi fazia, eu assinei muita coisa sem ler”, afirma. “Eu viajo muito e, por isso, acabei não dando a devida atenção às contas do instituto. Eu reconheço minha culpa por essa omissão.” Elenira afirma que o governo do Acre também é responsável pelo processo. “Eles sempre souberam que usávamos o dinheiro do convênio para pagar os funcionários. Mas faziam vistas grossas, pois a questão sempre foi manter a casa de meu pai aberta para visitação”, afirma. “Hoje, tudo o que o governo do Estado faz é vendido a partir da história do meu pai.”

Nem tudo é lixo


Tenho frequentemente, quando quero me referir a uma pessoa mal vestida, dito que ela está usando uma camiseta do Deputado Estadual Luiz Calixto. Explica-se: não gosto das atitudes dele, o acho cheio de empáfia e nem vou dizer o que mais penso.


Entretanto, lendo seu blog, encontrei esse post e, por concordar que todos deveríamos ter sido ouvidos sobre a mudança do fuso horário  -  a mãe dos meu filhos, que é Geógrafa, inclui em minha lista o Sol que deveria ter sido avisado para mudar seus hábitos de ir e vir, tomei a liberdade de transcrever. Leia-o aqui. O mais que ele escreve não tem valido a pena!

O SENADOR ESPERTO

Escrito por calixto  
26-Nov-2009


Os deputados federais da frente popular estão "soltando fogo pelas narinas" com a covardia do senador Tião Viana durante o processo de votação do Referendo através do qual o povo acreano responderá se quer continuar ou não com o horário do Tião.

O motivo é o seguinte:


Na  ocasião em o projeto foi votado na Câmara Federal, o senador os pressionou e os obrigou a votar contra o Referendo, mesmo sabendo do desgaste que isto lhes causaria.


Mesmo com o voto contrário destes parlamentares a matéria foi aprovada e enviada para o Senado Federal para revisão e votacão.


A expectativa de todos era que Tião Viana mantivesse a coerência e a palavra e, também compartilhasse com eles a responsabilidade e o desgaste votando da mesma forma que lhes tinha recomendado.

Espertamente Tião votou a favor do Referendo e deixou seus aliados manchados por terem votado contra a vontade popular.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Visitas

Existe um contador de visitas logo ali, abaixo. Me serve pouco. Me importam os "eu acho". Eles me lembram algo. Não que alguém massageou meu ego lendo meus devaneios, mas que não estou só. Divide comigo teus pensamentos e mudaremos o Mundo. Que Mundo? Este mesmo que somos nós.

Só hoje

agora, me acabaram os sábados, domingos e feriados. foram-se as férias, as viagens são curtas, o dia ficou imensamente gigante, se me permitem.

mas há um casamento hoje e eu tenho que lá estar, longe das dores no peritônio, das enxaquecas, da quase insuportável sensação de desmaiar a qualquer momento; longe da taquicardia, dos temores, dos tremores...

e longe, felizmente, desta máquina de diálise. AO MENOS HOJE, SEREI FELIZ!

quinta-feira, novembro 26, 2009

Feliz Aniversário!?

Encontro Schubert Brasileiro do Acre na Clínica de Hemodiálise:

- James, entrei com o pedido para voltar ao trabalho no INCRA; não suporto mais essa ociosidade.
- Boa sorte, meu amigo, quando sai a resposta?
- Em uma semana, eu acho. Vou ser chamado pra uma audiência.

Hoje ele faltou ao trabalho; foi chamado a uma audiência no Céu.
E eu sinto muita falta dele neste meu aniversário, que agora é dele também.

(escrito em 3 de novembro de 2008)

quarta-feira, novembro 25, 2009

Existe vida após a morte


E se eu te contasse que esta luz que vês, que te emociona e te encanta talvez só exista na saudade que sentes de mim sem nunca antes me haveres visto?

terça-feira, novembro 24, 2009

Por onde andam os meus?


Cristina 2

beijos e abraços mas estou no ir... fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii


Quando li, no twitter, essa frase de Cristina... Por justiça e humildade, devo lembrar que Cristina é, na verdade, Cristina Duarte, Jornalista em Portugal e muitas almas a habitam. Como a encontrei? Num destes dias em que o Google ganha enorme utilidade. A intimidade que "fabriquei" com ela se dá por achar demasiado bom o que ela escreve; um amor de idéias e sentimentos. Mas, vamos ao que me trouxe aqui: a utilização de um verbo anômalo - eles só são dois, e, dificilmente, no Brasil os utilizamos dessa maneira. Mas, dei-me conta da verdade inserida nessa frase: estamos todos no ir; nunca estamos totalmente, nem nos vamos totalmente.


Sim, Cristina, estou também no ir e, mais tarde, terei ido. Por enquanto, fico-te.