terça-feira, dezembro 22, 2009

Álbum de Figurinhas

Fui ouvir uns podcasts de um programa chamado “Caderneta de Cromos”, feito lá em Portugal e o resultado não foi bom. Não que o programa seja ruim; pelo contrário, é ótimo. Não entendi bem o que o criador quis dizer com o título do programa, mas parece ser algo assim como aquele “álbum de figurinhas” que colecionávamos aqui em Rio Branco. Cada página que era preenchida, ou se era encontrada uma figura premiada, corria-se à mercearia em que eram vendidas as figurinhas em busca do prêmio. Quando se completava o álbum ganhava-se o direito a mais um prêmio e também velozmente, voltava-se à mercearia para buscá-lo. Tive alguns deles e até hoje gosto de fazer este tipo de coleção. Creio que o nome do programa seja com a intenção de lembrar este tipo de atividade.


Lá, eles lembram coisas do tempo de infância, brincadeiras que participavam tudo recheado de muito bom-humor e diversão. Um álbum de figurinhas totalmente preenchido. Mas cria um problema: dá uma saudade enorme de um tempo e um lugar.


Em mim, provocou-me a lembrança das correrias pelas ruas da COHAB do Bosque, das brincadeiras da Manja, da Bandeirinha, de Esconde-esconde... Junto com elas, a saudade dos amigos daquela época. Por onde andarão eles? Onde estará Sandro, Junior, Merria, Marquinhos, Carlos, Kennedy, Hudson, Dixon, Gildemir, Maria Olívia, Charles, Abelardo, Betinho, Samuel, Simone, Jacira...


Fiquei desejoso disto. De correr descalço pelas ruas, ir até o goiabal, tentar pegar um jambo no quartel do Exército (sem o soldado me pegar), nadar no Igarapé São Francisco cuja água é fresca e sem poluição, jogar futebol no campinho de terra batida, ficar todo empoeirado, tomar banho no tanque, comer o doce de goiaba feito pela Dona Maria Celina, ajudar a lavar o táxi do “Seo” Anádio, brincar que podia dirigir, ir à oficina de aparelhos de rádio e tevê do Beto, ficar na Mercearia e comer pão quentinho com azeite doce.


Fiquei aqui, sentado, ouvindo o programa, e completando meu próprio álbum e agora, vou correr na mercearia pra devolver o prêmio. Isto mesmo, não quero mais o prêmio! Pensei que o prêmio era melhor, mas era crescer. Não, fique com o prêmio, com o dinheiro das figurinhas, fique com tudo. Quero de volta só o tempo em que eu gostava de colecionar álbum de figurinhas, participar de todas aquelas brincadeiras e voltar a ser, ingênuo sim, mas feliz.

2 comentários:

Jacquelini disse...

Ah, James, hoje o bom disso tudo é trocar figurinhas sobre esse passado, aliás, trocamos um tanto hoje, não é mesmo? E olha que você e o Nonato, definiram uma certa amiga de enciclopédia, ficar lembrando de coisa do arco da velha, ou foram anotações nos caderninhos. Fica assim não, colecionar e conseguir fechar o album, significa também encontrar a realização.Obrigado,por ter me incluído na sua coleção, no album da sua vida.Lembre-se cada figurinha, tem a sua estória, a mais disputada, a mais comum, da troca, da barganha.

Johnson Fernandes Nogueira disse...

Ótimas lembranças mano. Explica porque me esquecí destas e tantas outras coisas. Sempre fui impaciente e tentava vender os álbuns ainda incompletos...

Bom que agora posso, vez ou outra, utilizar a sua memória.

Grande abraço.