quarta-feira, dezembro 09, 2009

De Binho a Chico a Binho novamente


Sempre que posso e a OI me permite, ouço os "dois dedos de prosa com o Governador". Não somente pelo fato de que considero a forma clara e simples com que ele fala excepcional, mas tenho o profundo interesse de ouvi-lo contar as novidades de sua administração, como uma criança que acaba de ganhar um presente com o qual sonhou a vida inteira. Agora a nova alegria do Governador é o PROACRE. Ainda não sei bem qual sua intenção, mas lembro dele, um "menino" por assim dizer, andando pelas matas na companhia de Chico Mendes e fazendo este mesmo trabalho, com pouco dinheiro porém, com muita disposição. Nesta semana "Chico Mendes", lembrei que tive a oportunidade de encontrar com ele (Chico) uma única vez: caminhávamos, o Governador (quer dizer, ainda Binho somente) em frente ao Palácio das Secretarias, que estava às quedas de tão abandonado, condenado pelos órgãos de segurança predial e, eis que vindo calmamente, com uma bolsa a tira-colo, usando uma camiseta vermelha escrita em letras graúdas e brancas "CUT", um homem não tão alto, muito pensativo, de bigode e barba por fazer. Neste momento, fui apresentado a ele e não passei em sua vida desta apresentação, mas foram momentos de conversa intermináveis: muito por não estar entendendo grandes coisas que eles falavam, muito por indagar como o homem que eu admirava (Binho) podia ter um ídolo tão admirado (Chico) e não ter acanhamento nenhum de estar perto do ícone. Depois, vi Chico crescer politicamente, ir à ONU, virar manchete em jornais do Rio de Janeiro, São Paulo, Nova Iorque, Londres, Paris - até no Acre, virou manchete. Vi-o "implorar" por proteção, ser morto de forma covarde por não concordarem com suas opiniões, seus filhos crescerem, explorarem sua memória, tomarem para si o que ele nunca quis (materialidade) e fazerem tantos conflitos que me levam a questionar: valeu a pena, Chico? Se pudéssemos ouví-lo novamente, o que nos diria? Chega, não quis nada disto! Apenas queria que fôssemos, os filhos da floresta, respeitados como cidadãos. Mas, esta conversa começou falando dos dois dedos de prosa com o Governador e proponho o seguinte: ao ouví-lo, esqueça as diferenças ideológicas, as propostas que você nem concorda tanto assim - algumas delas, eu mesmo questiono, mas ouçam aquele menino dos anos 80 sonhando em fazer um mundo melhor. Não importa se ele esteve na Califórnia, se deu entrevista à SKY do Reino Unido, se ele fala abertamente com o Presidente Lula sobre as necessidades do nosso estado. Imagine, durante estas falas, o menino usando uma pequena mesada para comprar cadernos a quem nunca possuiu um, ensinando os desesperançados a ler e escrever e outras tantas atividades que não cabem em minhas palavras. Ouçam o menino, não o homem: ele ainda quer mudar o mundo e começou por sua aldeia. Nesta em que vivemos e temos orgulho de dizer "SOMOS ACREANOS DO BRASIL, BRASILEIROS DO ACRE".  (a foto acima é da Agência de Notícias do Acre)

Um comentário:

Edilene Fernandes disse...

Poxa nemparece que foi vc que escreveu, lembra de quando eu falava do projeto da revista pra vc, logo disse que nao acreditava nesses projetos falidos, e logo te disse que eu mudava meupensamento tds as vzs que eu vinha pra cá ficar com esse meninos que pouco tem, só o entusiasmo... bem eu achoque valeu a pena sua amizade com binho, eu tb acho qeu podemos mudar a historia se deixarmos a idelogia de lado e simplesmente investir na educação.