segunda-feira, novembro 30, 2009

Sem morbidez!?

Cenário: Pronto-atendimento da UNIMED.
Data: 09.06.2006 - quinta-feira
Horário: 10:00 (manhã)
Quem: Minha irmã, Dra. Luciene, Eu

Minha irmã: Bom dia.
Eu: Bom dia.
Dra. Luciene: Bom dia.
Minha irmã: Trouxemos estes exames do meu irmão e gostaríamos de ouvir sua opinião.
Eu: (calado)
Dra. Luciene: Quantos exames! Mas não precisavam tantos. Seus rins pararam de funcionar e você tem que começar imediatamente na hemodiálise.
Minha irmã: (atônita)
Eu: Como é isso?
Dra. Luciene: Você vai até a Clínica, eles vão colocar um catéter na sua jugular e iniciar o tratamento. Eu não estarei lá mas minha colega vai fazer o trabalho.
Eu: (pensando "eles!?") A senhora confiaria seu pescoço a sua colega?
Dra. Luciene (pensativa alguns segundos): Não.
Eu: E por que eu confiaria?
Dra. Luciene: Você não morreu até agora, não morrerá hoje. Amanhã, eu estarei lá. Vá cedo.
Eu: Quanto tempo viverei fazendo esse tratamento?
Dra. Luciene: 20 anos na máquina.

Dias depois...

- Olá, Doutora!
- Oi, meu amor!
- Você sabe que eu te amo, não é? E que não sei onde estaria agora se não tivesse lhe encontrado.
- Eu sei. Morto!

Eu amo essa mulher!

Pensei, nestes últimos dias - e essa é uma das minhas maiores tarefas, qual seria a importância da minha passagem por esta vida. Lembrei que não tenho nada para deixar como herança. Tudo bem, sou médio! Não escrevi um best-seller, não vou ser reconhecido por uma grande obra à humanidade, meu psicólogo teima em não escrever um livro sobre mim, meu biógrafo morreu quando ainda tínhamos dezessete anos... E Lucas dizendo que é o mais velho portanto, tudo é dele. Tudo o quê? Os CDs, os livros, os computadores, as impressoras, os violões, as músicas que compus e não mostro a ninguém, esse armazém de mágoas que tento destruir? Fica com tudo, filho e com esses amigos que são dos mais valiosos que tenho!

Questão lógica

Lula está para Diogo Mainardi, assim como Cabide está para mim. GUARDADAS AS DEVIDAS PROPORÇÕES ENTRE LÁ E CÁ.
A impressão que tenho é que enquanto formos tratados como seres superiores que precisam "cuidar do meio-ambiente", como se dele não fizéssemos parte, de nada adiantarão tantas campanhas e multas e discursos. Ah, mas os discursos garantem eleição aos Parlamentos! Havia esquecido este detalhe.

domingo, novembro 29, 2009

Porque hoje é domingo

Abro o portão. A casa está demasiadamente silenciosa. Meu irmão encontrou meio por acaso uma infecção na garganta e os sobrinhos estão ou dormindo ou fora. Nem som de televisor ligado há. Até Álamo resolveu não tocar, mesmo depois que o time dele ficou em primeiro lugar no campeonato brasileiro. Ouvi qualquer rock em um som auto-motivo, mas foi breve. Um cão negro de cara branca passou tranquilamente enquanto os outros, aprisionados em casa, ladraram até não mais poder. Essa falta de compreensão de territorialidade canina me enlouquece! As vizinhas da casa em frente, que são silenciosas mas recebem muitas visitas, resolveram sair. É justo, está bastante quente. Acredito que mais de  trinta e tres graus às nove da noite. Muitas moças passando, bem arrumadas. Vão à Igreja. Levam a Bíblia. Os rapazes, são poucos. Ou já estão lá ou conhecem um caminho mais curto ou não vão. Não sei quantas igrejas existem no bairro. Se forçar um pouco a memória talvez consiga lembrar de quatro ou cinco. Cada uma com forma diferente de enxergar Deus. Um casal a pé: ela, levando uma sacola plástica, é magra e pareceu-me não ter mais que dezenove anos; ele, empurrando uma bicicleta. Por que eles não vão juntos na bicicleta? Tem quem goste de caminhar. Ou talvez tenham discutido antes, pois vão calados. Quer dizer, não se escuta as vozes, mas certamente discursam longamente. Olhar diz muito. Mas eles não se olham. Pelo horário e forma, deve ter sido uma visita à casa da sogra. Partida de futebol. Time derrotado ou vitorioso, não importa. Visita à sogra sempre termina do mesmo jeito: voltam para casa silenciosos, como se as palavras estivessem esgotadas. O mesmo frango ao molho para o almoço, a mesma cerveja pouco gelada, as mesmas piadas, o mesmo co-cunhado que ganha bem e comprou um carro novo. E a velha bicicleta. O jantar é, sem dúvidas, o conteúdo da sacola plástica. Nenhuma criança. Onde estarão as crianças? Elas costumavam brincar em frente às casas. Ficam guardadas da violência das ruas ou acharam brinquedos mais interessantes? E o que é mais interessante do que brincar de pera, uva, maçã? Não lembro de ter sido escolhido nenhuma vez nessa brincadeira. O sapo sonhando novamente em ser príncipe. A casa é na esquina no começo do bairro. Muito se vê morando assim. E se imagina outro tanto sendo invisível, inaudível, atérmico...

sábado, novembro 28, 2009

Parem com essa história de voto de protesto!



Charge retirada do blog do Deputado Edvaldo Magalhães

Mas, muito é.


A guerra dos Mendes
Como uma disputa entre os herdeiros de Chico Mendes levou a uma investigação sobre desvio de dinheiro público no Acre
JULIANA ARINI, DE XAPURI (AC)
Helcio Nagamine
HERANÇA
A casa onde Chico Mendes foi assassinado (acima). Chico e a mulher, Ilzamar, com a filha, Elenira, no colo (ao lado). Vinte anos após a morte de Chico, Ilzamar, a filha e o irmão de Chico brigam pelos recursos gerados por sua memória
A casa mais visitada do Acre fica na Rua Batista de Moraes, 487, em Xapuri, cidade de 14 mil habitantes a 180 quilômetros da capital, Rio Branco. Pequena, feita de madeira, foi nela que o sindicalista e ambientalista Chico Mendes foi morto a tiros por dois fazendeiros quando saía para tomar banho. Vinte anos depois do assassinato, a casa é mantida intacta, como estava no dia da morte, inclusive com a mancha do sangue de Chico Mendes na parede. Nela funciona uma espécie de museu, com guia e tudo, sustentado pelo Instituto Chico Mendes. Criado pelos herdeiros para manter viva a memória de Chico Mendes, o instituto enfrenta acusações sérias na Justiça. O Ministério Público do Acre denunciou seus administradores por desviar R$ 685 mil em recursos públicos.
Chico Mendes começou a vida como seringueiro, passou a líder sindical e se tornou um ativista ambiental. Com o apoio de um grupo de antropólogos e ambientalistas, ele se projetou no cenário internacional como protetor de florestas e recebeu prêmios da Organização das Nações Unidas. A fama de Chico Mendes atingiu o auge em 1987, quando, em uma viagem aos Estados Unidos, foi recebido por senadores e por representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No encontro, Mendes fez uma denúncia: o asfaltamento da Rodovia BR-364, que liga Porto Velho, em Rondônia, a Rio Branco, no Acre, provocaria o desmatamento de uma porção ainda intacta de floresta e diversos conflitos. Sua morte o transformou em um dos símbolos mais poderosos da luta ambiental.
Em 2005, a filha de Chico Mendes, Elenira, fundou o Instituto Chico Mendes com o objetivo de administrar a imagem do pai e associar seu nome a cursos de educação ambiental. Três convênios foram firmados com o governo acriano, pelos quais o instituto passou a receber verbas públicas para ministrar os cursos e as palestras sobre educação ambiental.
Segundo o Ministério Público, parte do dinheiro recebido do governo não foi gasta de acordo com o firmado no convênio. Os dirigentes do instituto teriam usado notas fiscais frias para esconder os gastos indevidos.
O genro de Chico Mendes confessa que adulterou notas fiscais
O acusado pelo Ministério Público de ser o autor da fraude nos recibos é Davi Cunha, marido de Elenira, a filha de Chico Mendes. Ele era o responsável pela prestação de contas do instituto. Cunha confessa o crime de falsificação. Ele nega, porém, que a fraude tenha sido feita para desviar dinheiro em benefício próprio. “Eu sei que errei ao alterar os recibos e vou ter de pagar pelo que fiz”, afirma. “Mas não aceito dizerem que roubamos o dinheiro do governo.” Cunha diz que cometeu a falsificação para driblar a burocracia dos convênios firmados com o governo acriano. “O convênio não permitia o pagamento dos encargos trabalhistas dos funcionários”, afirma Cunha. “Por isso, fiz as alterações nos recibos: foi tudo para pagar os direitos trabalhistas dos funcionários.”
No processo, Cunha confessa também que usava o dinheiro público para pagar o salário de sua mulher, Elenira. De acordo com a investigação, a filha de Chico Mendes recebia R$ 4 mil mensais, um pagamento irregular segundo o próprio estatuto do instituto. Para maquiar o pagamento do salário de Elenira, um irmão de Davi assinaria os recibos de pagamento. Para ÉPOCA, Elenira negou que recebia salário do instituto.
A mãe de Elenira e viúva de Chico Mendes, Ilzamar Gadelha Mendes, é acusada na ação do Ministério Público de ser funcionária fantasma da instituição. De acordo com a investigação, Ilzamar recebia um salário mensal de R$ 3 mil sem exercer nenhuma função. Em seu depoimento ao Ministério Público, Ilzamar reconheceu que não trabalhava na entidade. ÉPOCA a procurou e a encontrou em sua casa ao lado de um cão pit-bull e três vira-latas. “Não vou dar entrevista. O processo está seguindo em segredo de Justiça”, afirmou Ilzamar. O promotor Mariano de Sousa Mello pediu a quebra do sigilo bancário do instituto. “Se comprovarmos que esses salários foram pagos de forma irregular, tanto a mãe quanto a filha terão de devolver o dinheiro aos cofres públicos”, diz Sousa Mello.
Elenira culpa o governo do Acre e o marido pelos problemas no instituto. “Eu não sabia o que o Davi fazia, eu assinei muita coisa sem ler”, afirma. “Eu viajo muito e, por isso, acabei não dando a devida atenção às contas do instituto. Eu reconheço minha culpa por essa omissão.” Elenira afirma que o governo do Acre também é responsável pelo processo. “Eles sempre souberam que usávamos o dinheiro do convênio para pagar os funcionários. Mas faziam vistas grossas, pois a questão sempre foi manter a casa de meu pai aberta para visitação”, afirma. “Hoje, tudo o que o governo do Estado faz é vendido a partir da história do meu pai.”

Nem tudo é lixo


Tenho frequentemente, quando quero me referir a uma pessoa mal vestida, dito que ela está usando uma camiseta do Deputado Estadual Luiz Calixto. Explica-se: não gosto das atitudes dele, o acho cheio de empáfia e nem vou dizer o que mais penso.


Entretanto, lendo seu blog, encontrei esse post e, por concordar que todos deveríamos ter sido ouvidos sobre a mudança do fuso horário  -  a mãe dos meu filhos, que é Geógrafa, inclui em minha lista o Sol que deveria ter sido avisado para mudar seus hábitos de ir e vir, tomei a liberdade de transcrever. Leia-o aqui. O mais que ele escreve não tem valido a pena!

O SENADOR ESPERTO

Escrito por calixto  
26-Nov-2009


Os deputados federais da frente popular estão "soltando fogo pelas narinas" com a covardia do senador Tião Viana durante o processo de votação do Referendo através do qual o povo acreano responderá se quer continuar ou não com o horário do Tião.

O motivo é o seguinte:


Na  ocasião em o projeto foi votado na Câmara Federal, o senador os pressionou e os obrigou a votar contra o Referendo, mesmo sabendo do desgaste que isto lhes causaria.


Mesmo com o voto contrário destes parlamentares a matéria foi aprovada e enviada para o Senado Federal para revisão e votacão.


A expectativa de todos era que Tião Viana mantivesse a coerência e a palavra e, também compartilhasse com eles a responsabilidade e o desgaste votando da mesma forma que lhes tinha recomendado.

Espertamente Tião votou a favor do Referendo e deixou seus aliados manchados por terem votado contra a vontade popular.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Visitas

Existe um contador de visitas logo ali, abaixo. Me serve pouco. Me importam os "eu acho". Eles me lembram algo. Não que alguém massageou meu ego lendo meus devaneios, mas que não estou só. Divide comigo teus pensamentos e mudaremos o Mundo. Que Mundo? Este mesmo que somos nós.

Só hoje

agora, me acabaram os sábados, domingos e feriados. foram-se as férias, as viagens são curtas, o dia ficou imensamente gigante, se me permitem.

mas há um casamento hoje e eu tenho que lá estar, longe das dores no peritônio, das enxaquecas, da quase insuportável sensação de desmaiar a qualquer momento; longe da taquicardia, dos temores, dos tremores...

e longe, felizmente, desta máquina de diálise. AO MENOS HOJE, SEREI FELIZ!

quinta-feira, novembro 26, 2009

Feliz Aniversário!?

Encontro Schubert Brasileiro do Acre na Clínica de Hemodiálise:

- James, entrei com o pedido para voltar ao trabalho no INCRA; não suporto mais essa ociosidade.
- Boa sorte, meu amigo, quando sai a resposta?
- Em uma semana, eu acho. Vou ser chamado pra uma audiência.

Hoje ele faltou ao trabalho; foi chamado a uma audiência no Céu.
E eu sinto muita falta dele neste meu aniversário, que agora é dele também.

(escrito em 3 de novembro de 2008)

quarta-feira, novembro 25, 2009

Existe vida após a morte


E se eu te contasse que esta luz que vês, que te emociona e te encanta talvez só exista na saudade que sentes de mim sem nunca antes me haveres visto?

terça-feira, novembro 24, 2009

Por onde andam os meus?


Cristina 2

beijos e abraços mas estou no ir... fuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii


Quando li, no twitter, essa frase de Cristina... Por justiça e humildade, devo lembrar que Cristina é, na verdade, Cristina Duarte, Jornalista em Portugal e muitas almas a habitam. Como a encontrei? Num destes dias em que o Google ganha enorme utilidade. A intimidade que "fabriquei" com ela se dá por achar demasiado bom o que ela escreve; um amor de idéias e sentimentos. Mas, vamos ao que me trouxe aqui: a utilização de um verbo anômalo - eles só são dois, e, dificilmente, no Brasil os utilizamos dessa maneira. Mas, dei-me conta da verdade inserida nessa frase: estamos todos no ir; nunca estamos totalmente, nem nos vamos totalmente.


Sim, Cristina, estou também no ir e, mais tarde, terei ido. Por enquanto, fico-te.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Primeiros passos

Fiquei hoje emocionado com a lembrança dos primeiros passos que minha Marina deu. Lucas havia caminhado aos dez meses de idade e, confesso, não tenho nenhuma lembrança especial desse dia. Mas, a Marina...

Em seu aniversário de um ano ela ainda não tinha caminhado. Nunca me importei com isto, cada coisa a seu tempo. Mas fomos à casa da avó e lá todos não cansavam de repetir a mesma coisa: um ano e ainda não anda! Ainda assim, nada disso me afetava.

Quando voltamos à casa, levei-a como costumeiramente fazia, até a porta, coloquei-a segurando-se e abri a porta. Ao vê-la aberta, Marina caminhou até a sala e sentou-se.

Entre aturdido e alegre, pude perceber que não foram passos de chegada a um novo nível na vida; foram passos de irritação, de eu sei que posso, de quando eu quiser, eu ando. E me olhou. Como se estivesse compadecida da minha condição de ignorante das possibilidades dela.

Ali, imóvel, tive a confirmação que aqueles seriam os primeiros passos dos muitos que a levariam para longe de mim, como cabe a todos os filhos.

sábado, novembro 21, 2009

Risos, muitos risos!

Fernandes significa "pessoa de boa família". Eu posso?

Finalmente!

Após 43 anos, aprendi hoje com Cristina o que é Amor. Ainda que ela mesma tenha recorrido à Wikipédia. Amor é uma freguesia portuguesa do concelho de Leiria, com 18,13 km² de área e 4 738 habitantes (2001). Densidade: 261,3 hab/km². As principais localidades desta freguesia são Amor, Casal dos Claros, Barreiros, Coucinheira, Casal Novo e Toco.

E todos esses anos imaginando coisa diferente!

Um sonho antigo, bem antigo.


Ocorre que gostaria de transformar-me num príncipe! Mas nem todas as princesas beijam sapos.

Que presentes me daria?






Finalmente, a trilogia de Marcia Tiburi ficou pronta.













Estou dedicado à aquisição de "A mulher de costas" e "O manto". "Magnolia", tenho e leio sempre.

Cristina

Um destes dias, acordei em sobressalto. Não foi um pesadelo. Foi um sonho que me deixou atordoada. Acordada, perguntei-me: "foi mesmo um sonho, ou isto passou-se realmente comigo?". Era demasiado bom. Só podia ser mesmo um sonho.

Cristina tem 26 anos e é Jornalista em Portugal. E escreveu isso com a alma de uma velha senhora desprovida já dos sonhos que movem a todos nós.

Arte

Reprodução do quadro "os noivos", de Chagall.

Tá bom! Não entendo nada de arte, mas alguém pode me dizer o porquê de um bode tocando violino?


sexta-feira, novembro 20, 2009

Lembranças

"Para mim, o amor é como a caligrafia dos médicos. Não entendo nada."
Fernando Alvim

Hoje, sem nenhum motivo aparente, ou talvez porque tenha assistido um trecho desses filmes românticos feitos em Hollywood, lembrei da primeira paixão que tive na minha vida. Por que isso seria tão importante? Porque as tive aos montes, se me entende. Amei as que pude, não pude, deveria, não deveria, chorei, sorri, reclamei, percebi, tardiamente, que muitas não valiam as lágrimas e, outras, nenhum dos sorrisos. Mas o fato é que lembrei da primeira.

Comecei a estudar aos seis anos e meio de idade - não era nem matriculado, era considerado "ouvinte" (não me pergunte sobre ser ouvinte) e comecei após as férias de julho. Findo esse ano, fui matriculado na segunda série, pois sabia ler e escrever - aprendi em casa lendo revista em quadrinhos do recruta zero.

Na turma, um amigo que tornou-se professor de matemática, um cara chamado Jorge, meu adversário nessa paixão e a menina mais linda que já conheci em toda a vida, depois da irmã dela, a nossa professora.

Enfim, lembrei dessa história assim mal contada, e só recordei claramente do nome da pessoa menos interessante para mim, talvez por conta de, anos mais tarde, me apaixonar pela namorada de um amigo também chamado Jorge e que, assim como o outro, desapegou-se de mim.

quinta-feira, novembro 19, 2009

Maravilha!

Meu blog virou chat entre meus amigos! Longe de mim achar isso um incômodo, achei maravilhoso que eles tenham me visitado e "trocado figurinhas" sobre os assuntos. Isso tudo me faz pensar que amizade é amor que não se acaba. E pra "apimentar" um pouco mais as coisas, transcrevo a esta postagem alguns acontecimentos. Aí vão eles.

"Esse cara escreve demais, deve ser muito lindo também. deve ser o homem mais maravilhoso da galáxia. deve ser um privilégio ser amigo dele. que imagética! e esse galo então...
putis teba..."

Só pode ser coisa do próprio autor do poema "galo indiano". Portanto, totalmente verdadeiro... e hilário. E a foto do galo é uma provocação minha.

"natal disse...
Conta o tempo que um certo Edson estava curtindo uma paixão quase platônica por uma certa Cleísa Brasil, codinome Colírio. Angustiado, resolvi dar uma força para esse romance e escrevi no muro: Pelo prisma opaCO LI RIO onde se escrevia Brasil. E o romance? A história reescreveu em outros muros brancos."

"Ah, então foi tu, Natal? sei umas tuas também, posso abarcar aqui??????

Platônico da Silva"

"grande abraço Natal. agora responde a minha pergunta de dias atraz: - tu ainda é Nath e Gol?
Edson"

"isso aki virou chat". E um anônimo escreveu isto. Sim, virou um chat. E é muito bom!

quarta-feira, novembro 18, 2009

Uma correção

Conforme tenho dito e deixado claro, parece que sou mesmo um "senhor entrado em anos". Pois não é que minha memória me traiu mais uma vez. Felizmente Natal corrigiu-me bem a tempo. Como sempre, aliás. Ele, sempre atento, deixou-me este comentário que aqui transcrevo por justiça à beleza de sua idéia.


natal disse...
Conta o tempo que um certo Edson estava curtindo uma paixão quase platônica por uma certa Cleísa Brasil, codinome Colírio. Angustiado, resolvi dar uma força para esse romance e escrevi no muro: Pelo prisma opaCO LI RIO onde se escrevia Brasil. E o romance? A história reescreveu em outros muros brancos.

terça-feira, novembro 17, 2009

Em breve...


Tomo a liberdade de publicar aqui um texto de Edson Alexandre, que brevemente vai estar publicado em livro. Basta só que ele "arrume" um tempo pra finalizarmos.

Galo indiano

Todo acreano tem um quintal
que preza,
mesmo sendo na memória.

Todo quintal tem graviola,
Lagarta-pintada, boca do forno,
Periquito estrelinha,
rede atada,
malvarisco, chicória.

E um galo infante,
como o legítimo dono.

segunda-feira, novembro 16, 2009

Por justiça

Na velocidade dos acontecimentos, esqueci de dar crédito ao autor da música "Velhos Amigos". Essa beleza, meio piegas, meio nostalgia, é de Almir Sater.

domingo, novembro 15, 2009

Um pouco de sonho para Sâmia


E se, de repente, eu descobrisse que sonhos se realizam?

Vou ficar feliz de ter enroscado meus dedos no teu negro cabelo, de ter inalado o cheiro suave que brota de ti, de ter fitado teus olhos com a fome dos leões encarcerados em circos e, com a sede de todos os náufragos, ter bebido cada lágrima das tuas ausências?

Vou rir de novo da piada que centenas de vezes me contaram, vou voltar a acreditar que viver vale mesmo a pena, vou imaginar que minha alma também não é pequena, parafraseando o poeta português?

Vou comer mariola, cacheada e tomar suco de groselha, transformar minha casa num farol para amantes não correspondidos, para amores interrompidos, desejos reprimidos e todos os outros “idos” como “doridos” e “feridos”?

Vou percorrer vinte mil léguas submarinas, viajar ao centro da terra, sobreviver ao naufrágio do Titanic e chegar ao teu quintal?

Vou sentir prazer de ir ao supermercado, de escolher o chá gelado ao invés da coca-cola e comer aquela nesga do bolo de chocolate só pra te agradar?

Vou, finalmente, dizer que te amo, sem medo de quebrar esse encanto que te faz imaginar se sim ou se não?

E se, de repente, isso tudo for só sonho, toma minha mão nas tuas, se aconchega mais em mim e sussurra em meu ouvido: “dorme, meu pequenino, dorme que o dia já vem”.

Fuçando orkut alheio

Vejo no orkut de um amigo que outra amiga aproveita para propor uma reunião para matarmos a saudade. Diz ela que seria uma oportunidade para que conhecêssemos os filhos uns dos outros. Acho a idéia adorável, mas ainda nos conhecemos para apresentarmos os herdeiros de nossos sonhos ou teremos que recomeçar de onde paramos?

As decisões pessoais nos levaram por caminhos tão distintos, tão distantes do que imaginávamos que, confesso, me subiu um frio pela espinha. Tenho medo do que encontrarei. Algumas lembranças foram apagadas por escolha ou falta de opção; não sei se as quero de volta.

Era eu tão convicto do que pregava naquela época e, hoje, sinto-me como se tivesse desperdiçado um precioso tempo: os ícones do que acreditava mudaram tanto que não sei se eles realmente existiram ou os criei a fim de viver um momento feliz.

Parece-me que o cipó de aroeira que deveria voltar para quem mandou dar mudou mesmo de mão, mas o lombo ainda é o meu; tem ferido mais estando em mão amiga.

Creio, então, que proporei o seguinte: vamos fazer a reunião, mas prometemos falar somente dos assuntos até o dia em que acordamos do sonho, não vamos pensar que nosso líder governa o Estado, que alguns assessores dele sentavam e conversavam despreocupadamente e hoje nem nos recebem - talvez eles temam que peçamos algum favor!

Não vamos pensar neles. Vamos lembrar de Ozéias que cedo partiu nos deixando um soluço preso na garganta enquanto nos preparávamos para mais uma tensa reunião. Vamos lembrar a beleza daquela menina que "detestava política" e preferia sonhar com a novela. Vamos recordar as pichações que não fizemos por falta de oportunidade ou coragem. Vamos imaginar que aquela frase do Natal - No muro branCO LI RIO onde se escrevia Brasil está lá e que ela ainda é um "colírio" após todos esses anos. Vamos brincar que ainda existem Sandro e Sandra, Jorge e Edilma, Altair e Jacque, Nonato e seus bilhetes armazenados na banca de revista da esquina da praça, Fran encenando uma peça no auditório do CESEME e Edson "dirigindo-a", que Henrique ainda é Diretor da Escola e que temos mais liberdade de falar e fazer, que ainda escrevemos para o "ETC & TAL", que Binho ainda ilustra nossas insanidades de escrita, que somos as cabeças pensantes de nossa época, que Antonio José vai chegar a qualquer momento pra começar a aula de Língua Portuguesa, que a Guajarina vai entrar dizendo "Good Morning" e nós nem vamos aprender inglês mesmo - estamos lutando pra aprender coisa mais importante, vamos discutir se é melhor a situação de Cuba ou da Albânia e nem sabemos ao certo onde ficam ambas, vamos imaginar que Zé Alicio ainda é o presidente da Casa do Estudante, que ela finalmente representa os estudantes e não é ponto de venda de ração, que Aurea ainda é a atriz em "viva o rio branco total e radiante", que ainda rimos desse texto maravilhoso, que Écio ainda homenageia Toinha em sua canção, que ainda se veste de palhaço e alegra crianças na escola, que Dirciney ainda toca usando as cifras de revista VIGU, que Joaci, João Luis, Emir Mendonça e outros tantos professores vão pesar menos a mão na hora da avaliação - afinal, estávamos muito ocupados fazendo política, que vamos ser bem recebidos em todas as escolas que passarmos convocando para uma assembléia de estudantes, vamos fingir que eles se importam com o que falamos, que César vai transformar aquela nossa crítica de cinema (seriíssima) em um texto tomado de picardias, que o Arimatéia vai, finalmente, se posicionar na "caminhando" ou na "viração", desde que se decida, que vou poder conversar com Altair sem ser cobrado pelos meus nem ele pelos dele - ora, nós sabemos no que acreditamos; ele bem mais que eu. Vamos pensar que a voz da Rosangela poderia ser menos gasguita e que a assembléia é de estudantes secundaristas - ela deve falar só na UFAC, que Marcos Afonso vai falar menos tempo, mas que ainda vai dar show na oratória, que as palavras de ordem vão vir da compreensão e não da simples repetição, Enfim, vamos sonhar! Sonhar que a ponte começa aqui e não vamos atravessá-la; não vamos ser adultos, só garotos sonhadores construindo um mundo melhor para os filhos que não sabemos se temos.

sábado, novembro 14, 2009

Confissão

Quando se tem 17 anos, o que se compreende realmente da vida? De fato, todas as situações são extremadas: ama-se muito, odeia-se mais ainda; todas as lágrimas jorram, todos os sorrisos ecoam por todas as ruas da cidade pequena num canto mais íntimo da Amazônia.

Quando se tem 17 anos, tudo se planeja e se executa com rapidez, com instantaneidade de máquina polaroid, sem saber que o tempo vai se encarregar de apagar as fotografias ali realizadas.

Quando se tem 17 anos, sonha-se em ser pai sem noção da responsabilidade que isso significa; perde-se aula e acha-se que não vai fazer falta; faz-se reuniões intermináveis que não decidem nada.

Quando se tem 17 anos, conhece-se os melhores amigos... E eles duram para sempre!

sexta-feira, novembro 13, 2009

Saudade

Que fase doentia é esta? Tanta saudade sem explicação. Mas, como diria Drummond, se você consegue explicar, então você não ama.

quinta-feira, novembro 12, 2009

O Tempo



A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana

Velhos Amigos



Velhos Amigos

Quando se encontram
Trocam notícias
E recordações
Bebem cerveja
No bar de costume
E cantam em voz rouca
Antigas canções

Os velhos amigos
Quase nunca se perdem
Se guardam para
Certas ocasiões

Velhos amigos
Só rejuvenescem
Lebrando loucuras
De outros verões
E brindam alegres
Seus vivos e mortos
E acabam a noite
Com novas canções

Conhecem o perigo
Mas fazem de conta
Que o tempo não ronda
Mais seus corações

O velho orkut

Natal, Tania, Ormifran, Nonato Vianna, Altair Lebre, Anna Christina, Wania Tojal, Edson... Quase todos os meu amigos de mil novecentos e sei lá quantos estão no orkut. Pessoas que há séculos não via nem falava. Faltam alguns mas, cedo ou tarde, eles aparecem. Deu uma vontade imensa de comer uma mariola e tomar um refresco de groselha...

terça-feira, novembro 10, 2009

A estudante do vestido rosa

De fato, fiquei chocado com o caso do vestido rosa da estudante da Uniban. Toda aquela algazarra por conta de uma roupa que foi a própria mídia que "exigiu" que ela usasse pra ficar mais bonita.

Era caso de expulsão, ainda que a Faculdade tenha voltado atrás em sua decisão?

Sim. A roupa não caia bem nem pra ela nem pra nenhuma outra aluna: era simplesmente horrível de feio. Mas ficar chocada com aquilo só quem poderia era a Glorinha Kalil.

Francamente, vamos nos ocupar em coisas melhores e mais importantes.

domingo, novembro 01, 2009

Sobre a cegueira?

Comecei ontem a ler "ensaio sobre a cegueira". Que livro fantástico! Termino logo. Vale muito a pena!