quarta-feira, agosto 18, 2010

Já assistiu à série Scrubs?


Pra começo de conversa, já é sensacional, em tempos de alta tecnologia, que um diretor opte por usar uma única câmera pra contar a vida profissional e pessoal de personagens que trabalham em um hospital. Cheio de um humor refinado, faz pensar nas outras séries médicas com suas crises existenciais e seus problemas intermináveis.

Em Scrubs, os personagens são bem mais reais e despreparados como médicos, vivendo tolices e paranóias. Claro, como boa série norte-americana, no final sempre há aquele tom de "moral da história", mas diverte mesmo assim.

Isto tudo me leva ao nada novo pensamento sobre o comportamento de médicos como "semi-deuses". De fato, quem escreve a série deve ter experiências não tão boas com os cirurgiões, pois eles são retratados como um grupo de babacas que se acham melhores que os clínicos. Há que se pensar que os clínicos têm a primeira missão: diagnosticar as enfermidades e, se necessário, encaminhar à cirurgia.

Durante os últimos quatro anos tenho sido assíduo frequentador de hospitais e consultórios médicos. Devo revelar que a série mostra a realidade do serviço de saúde, ao menos o que conheço bem aqui do Acre: uma enorme guerra de egos deixando o paciente em estado de terror. Um parêntesis pra esclarecer que na Clínica de Hemodiálise somos chamados de clientes. Eu não quero ser cliente deles, sou um paciente mesmo. E haja paciência pra suportar o tratamento e seus condutores!

E, assim como na série, perceber como os Residentes são tratados como time de futebol da segunda categoria: têm até torcida, mas não enchem estádio. E vão se aventurando em área tão delicada que é a manutenção da vida. Sim, há um médico na série que diz: "o que fazemos é abreviar a morte". E isto também é sensacional, coloca o profissional como ser humano novamente.

Como forma de relaxar antes de cada sessão costumo conversar muito com outros pacientes e seus familiares sempre ouvindo a mesma história: "esses médicos não contam nada pra gente, não dizem como está sendo o tratamento, nem nos dão esperança de nada".

Será que seria importante o médico se mostrar mais compreensivo com as dificuldades de cada um do que seguir uma bula que tenta universalizar o tratamento?

Sei lá. Só estou me divertindo muito em assitir afinal, I'm no Superman!

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