quinta-feira, agosto 12, 2010

De ônibus

Detesto "ir de ônibus" a qualquer lugar. Não só por minha claustrofobia; esta é bem controlada. O espaço parece pequeno demais pra acomodar meus 52 Kg distribuídos em, não mais, que metro e setenta e cinco. É um esfrega aqui, encosta ali insuportáveis. Meu cérebro precisa autorizar pra que meu corpo seja tocado. Houve vez em que, de tanto ser incomodado, desci cinco pontos antes e fui a pé.

Lembro, ainda no meu segundo trabalho, que tomava o ônibus por volta das seis e trinta da manhã pra chegar até a Universidade Federal. Era horário de muito movimento. E foram entrando pessoas entrando pessoas entrando pessoas. Li que a lotação eram 30 pessoas sentadas e, sabe-se lá Deus, milhares em pé.

Tinha uma solenidade por lá, coloquei uma roupa de ir à missa afinal, ia receber uma Portaria de Elogio do Magnífico (!?) Reitor e queria parecer menos desagradável ao olhar.

Tomei cotoveladas, empurrões, fui "colado" àqueles ferros para apoio e fiquei igual a dançarina de pole. E o cheiro de perfumes diferentes. E o cheiro da falta de banho.

Finalmente, o ônibus se aproxima da entrada do Campus e começo a aliviar: eu desceria no primeiro ponto.

E assim foi. Paramos, posicionei-me em frente à porta e pensei: ao menos cheguei, nada mais pode acontecer. Coloquei o pé direito no primeiro degrau e deram uma cusparada no meu sapato.

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