Por volta dos anos 1982-83 tive contato pela primeira vez com a política. Nesse momento, com a estudantil e a partidária, ao mesmo tempo. Era período que se engatinhava em busca do fim do regime ditatorial, período de partidos clandestinos, propostas de socialismo e modelos que, àquela altura, eram considerados exemplos a serem seguidos. De lados claramente opostos, com pontos que encontravam certa intersecção, estavam dois partidos, que lembro, citavam a Albânia como paraíso socialista e, de outro, Cuba. Esse era o resumo que minha cabeça de menino interessado em coisas menores conseguia atingir.
Até hoje, por falta de maior interesse, não faço a menor idéia de onde seria a famosa Albânia e Cuba, evidentemente, que continua sendo um mau exemplo a ser seguido, tem maior relevância em minhas memórias.
Não tive e, ainda que tivesse não o faria, complementação aprofundada sobre suas diferenças administrativas, seus pontos de vista, seus ícones, seus ideais de sociedade igualitária. Muito disto me interessava assim como pouco me tomava à paixão.
Foto da Folha de São Paulo |
Foi em meio a estas pequenas disputas de pontos-de-vista que me vi envolvido com pessoas que hoje ocupam o poder estabelecido na forma da legislação do País; que estavam dispostas e preparando-se sempre para um confronto que poderia ir além das idéias e atingir o campo das disputas armadas.
Não era minha função entender a fundo nenhuma destas questões até então. Cabia a mim, ajudar a preparar um grupo que estivesse pronto para propor causas diferentes quando o momento certo chegasse. Foi assim que conheci os amigos que até hoje fazem parte do meu pequeno círculo de amizades: Edson, Natal, Fran, Anna, Nonato, Tania, Jair, Arimatéia, Evandilson e outros tantos que a memória me trai.
Esta mesma época foi a de conhecimento de Marina Silva, Binho Marques, Marcos Afonso, Carioca, Cardoso e, mais uma vez me trai a memória ao esconder tantos outros nomes, mas que se encontram fazendo a política partidária, comandando administrativamente o estado do Acre. Alguns outros surgiriam nos anos finais de 1980.
Imagino, ainda que distante, o desafio que enfrenta essa mulher: lutar para mostrar que seu discurso é maior que o da preservação do meio-ambiente. O quê tem de suportar para mostrar que todas as ações estão vinculadas a este mesmo meio-ambiente – que, aliás, deveríamos passar a chamar só de ambiente. É o nosso ambiente de moradia, ainda que você concorde com Marina em sua fé em vida após esta. Se for assim que você pensa, sabe-se “cidadão do Céu”, mas morando na Terra, por enquanto. E, se você é visitante aqui, se este planeta te hospeda enquanto chega a hora de voltar para casa, não pode querer destruir a decoração da casa.
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